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Programa Mundial de Alimentos vence Prêmio Nobel da Paz de 2020

09 outubro 2020

  • O Programa Mundial de Alimentos (WFP) das Nações Unidas, que fornece assistência alimentar que salva vidas a milhões de pessoas em todo o mundo — muitas vezes em condições extremamente perigosas e de difícil acesso — recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2020.
  • A agência foi reconhecida “por seus esforços no combate à fome, por sua contribuição para melhorar as condições de paz em áreas afetadas por conflitos e por atuar como uma força motriz para prevenir o uso da fome como arma de guerra e conflito”, disse Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel.
  • O WFP é a maior organização humanitária do mundo. No ano passado, atendeu 97 milhões de pessoas em 88 países. Seus esforços se concentram na assistência de emergência, alívio e reabilitação, ajuda ao desenvolvimento e operações especiais.
Legenda: O Programa Mundial de Alimentos (WFP) das Nações Unidas recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2020. Foto: WFP/Gabriela Vivacqua

O Programa Mundial de Alimentos (WFP) das Nações Unidas, que fornece assistência alimentar que salva vidas a milhões de pessoas em todo o mundo — muitas vezes em condições extremamente perigosas e de difícil acesso — recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2020.

A agência foi reconhecida “por seus esforços no combate à fome, por sua contribuição para melhorar as condições de paz em áreas afetadas por conflitos e por atuar como uma força motriz para prevenir o uso da fome como arma de guerra e de conflito”, disse Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel.

O WFP é a maior organização humanitária do mundo. No ano passado, atendeu 97 milhões de pessoas em 88 países. Seus esforços se concentram na assistência de emergência, alívio e reabilitação, ajuda ao desenvolvimento e operações especiais.

Dois terços do trabalho são realizados em países afetados por conflitos, onde as pessoas têm três vezes mais probabilidade de ficar subnutridas do que aquelas que vivem em países sem conflitos.

Insegurança alimentar global agravada por COVID-19

Elogiando o trabalho da agência da ONU, a presidente do Comitê do Nobel destacou seu papel em aumentar a resiliência e a sustentabilidade entre as comunidades, ajudando-as a se alimentarem.

A crise da COVID-19 também aumentou a insegurança alimentar global, acrescentou ela, destacando que provavelmente haverá 265 milhões de “pessoas morrendo de fome dentro de um ano”.

Apenas a comunidade internacional pode enfrentar tal desafio, ela insistiu, antes de destacar o fato de que o WFP ajudou milhões de pessoas em países extremamente perigosos e difíceis de alcançar, afetados por conflitos e desastres naturais, incluindo Iêmen, Síria e Coreia do Norte.

‘Enfrentando o perigo para entregar ajuda que salva vidas’

Saudando o WFP como a organização humanitária na linha de frente da insegurança alimentar, o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a agência das Nações Unidas pela premiação.

“As mulheres e os homens do WFP enfrentam o perigo e a distância para entregar ajuda que salva vidas aos devastados pelo conflito, às pessoas que estão sofrendo por causa do desastre, às crianças e às famílias que não têm certeza de sua próxima refeição”, disse Guterres em um comunicado.

Ele chamou a atenção para a situação difícil de milhões de pessoas que passam fome em todo o mundo, em meio a temores de que a pandemia de COVID-19 possa piorar a segurança alimentar de outros milhões.

“Também existe uma fome em nosso mundo por cooperação internacional”, disse o secretário-geral, acrescentando que o WFP “alimenta essa necessidade também”, operando acima da esfera da política, com a necessidade humanitária conduzindo suas operações.

O chefe da ONU também apelou a todos por mais solidariedade, para enfrentar não apenas a pandemia, mas outros desafios globais. “Sabemos que ameaças existenciais como a mudança climática agravarão ainda mais a crise da fome”, afirmou.

‘Um reconhecimento humilde e comovente’

O anúncio do Comitê Nobel norueguês “virou os holofotes globais” para 690 milhões de pessoas que sofrem de fome em todo o mundo, disse David Beasley, diretor-executivo do WFP, após o anúncio.

“Todas [elas] têm o direito de viver em paz e sem fome”, disse ele, acrescentando que os choques climáticos e as pressões econômicas agravaram ainda mais sua situação. “E agora, uma pandemia com seu impacto brutal nas economias e comunidades está levando milhões à beira da fome.”

Beasley destacou que o Prêmio Nobel da Paz não foi apenas do WFP, observando que a agência da ONU trabalha em estreita colaboração com governos, organizações e parceiros do setor privado, com paixão por ajudar os mais vulneráveis.

“Não poderíamos ajudar ninguém sem eles. Somos uma agência operacional e o trabalho diário de nossa equipe é impulsionado por nossos valores fundamentais de integridade, humanidade e inclusão.”

“O Prêmio Nobel da Paz é um reconhecimento humilde e comovente do trabalho da equipe do WFP, que arrisca suas vidas todos os dias para levar comida e assistência para cerca de 100 milhões de crianças, mulheres e homens famintos em todo o mundo”, disse ele. “Pessoas cujas vidas são frequentemente destroçadas brutalmente pela instabilidade, insegurança e conflito.” Com sede em Roma, o WFP foi estabelecido em 1961.

Com esse reconhecimento, o WFP se une a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Manutenção da Paz da ONU, Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), aos ex-secretários-gerais Dag Hammarskjöld e Kofi Annan, e ao ex-subsecretário-geral Ralph Bunche; e à própria ONU como ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.

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