'Saúde mental merece o nosso compromisso', diz secretário-geral da ONU

Em todo o mundo, quase 1 bilhão de pessoas vivem com um transtorno mental. A cada 40 segundos, alguém morre por suicídio. E a depressão é agora reconhecida como a principal causa de doença e de incapacidade entre crianças e adolescentes.

As informações são do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em uma mensagem em vídeo marcando o Dia Mundial da Saúde Mental (10).

Segundo Guterres, mesmo que a situação já fosse preocupante antes da pandemia de COVID-19, agora é possível observar as consequências da crise no bem-estar mental das pessoas. E acrescentou: “é apenas o começo”.

“Muitos grupos, incluindo adultos mais velhos, mulheres, crianças e pessoas com problemas de saúde mental, correm o risco de problemas de saúde consideráveis em médio e longo prazos, se não forem tomadas medidas”, disse o chefe da ONU.

Para as Nações Unidas, abordar a saúde mental é fundamental para alcançar a cobertura universal de saúde.

“Ela [a saúde mental] merece o nosso compromisso. Muito poucas pessoas têm acesso a serviços de saúde mental de qualidade. Em países de rendimento baixo e médio, mais de 75% das pessoas com problemas de saúde mental não recebem qualquer tratamento. E, no geral, os governos gastam em média menos de 2% dos seus orçamentos de saúde com saúde mental. Isso não pode continuar”, alertou António Guterres.

“Não podemos continuar a ignorar a necessidade de um aumento significativo do investimento em saúde mental. Devemos agir juntos, agora, para tornar acessíveis os cuidados de saúde mental de qualidade a todos os que precisam, para que possamos recuperar mais rapidamente da crise da COVID-19”, afirmou.