Relatório do UNICEF e do PNUD mostra o impacto da pandemia na educação
12 outubro 2020
- Relatório do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lançado nesta sexta-feira (9), destaca o impacto da pandemia na educação devido ao fechamento de escolas e as profundas desigualdades nas oportunidades de desenvolvimento de meninos e meninas.
- O documento mostra que a perda abrupta de renda familiar pressionará as crianças, principalmente na adolescência, a abandonarem os estudos não só pelos gastos que representam, mas também pela necessidade de gerar renda em casa.
Relatório do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lançado nesta sexta-feira (9), destaca o impacto da pandemia na educação devido ao fechamento de escolas e as profundas desigualdades nas oportunidades de desenvolvimento de meninos e meninas.
Intitulado “COVID-19 e a educação primária e secundária: repercussões da crise e implicações de políticas públicas para a América Latina e o Caribe”, o documento foi apresentado virtualmente na sexta-feira (9) por representantes dos dois organismos.
As medidas adotadas pelos governos têm significado o fechamento de múltiplas atividades econômicas, a perda de empregos e de geração de renda de milhões de famílias. No caso da América Latina e do Caribe, a CEPAL estima um aumento da taxa de pobreza de pelo menos 14,5%, o que representa mais 28,7 milhões de pessoas vivendo na pobreza.
A perda abrupta de renda familiar pressionará as crianças, principalmente na adolescência, a abandonarem os estudos não só pelos gastos que representam, mas também pela necessidade de gerar renda em casa. A CEPAL e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimam que entre 100.000 e 300.000 crianças e adolescentes da região ingressariam no mercado de trabalho como consequência da pandemia, deixando de lado sua formação.
As estratégias de educação a distância chegaram de forma desigual, em parte devido à desigualdade pré-existente no acesso a recursos, como conectividade, dispositivos e ambientes propícios à aprendizagem, o que pode exacerbar ainda mais as lacunas educacionais na região.
O acesso desigual aos recursos necessários à aprendizagem e às modalidades de educação a distância de qualidade faz com que as perdas de capital humano se concentrem nos grupos mais vulneráveis da população:
- Crianças e jovens em áreas rurais com baixa conectividade, que têm menos acesso a modalidades eficazes de educação a distância.
- Crianças em domicílios pobres, que têm dificuldade em garantir alimentação básica ou espaço para estudar ou que, mesmo em áreas com acesso à internet, não dispõem de aparelhos eletrônicos suficientes para acesso à educação a distância por meio de ferramentas digitais.
- Crianças em lares monoparentais ou com baixo nível educacional onde os pais não podem fornecer suporte ou um ambiente propício para estudar.
- Crianças de populações indígenas e portadoras de deficiência também serão afetadas de forma desproporcional, na medida em que as soluções de educação a distância não atendam a suas necessidades de idioma ou de aprendizagem.
Os governos devem concentrar seus esforços no planejamento da reabertura das escolas com senso de urgência, mantendo o papel protetor delas, garantindo os serviços que foram interrompidos e o bem-estar emocional da comunidade educacional.
Acesse aqui o relatório completo (em espanhol).