UNICEF prepara estoque de 1 bilhão de seringas para futura vacina contra a COVID-19
21 outubro 2020
- O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) vai reservar 520 milhões de seringas até o final do ano para garantir o abastecimento, quando uma vacina contra a COVID-19 estiver pronta. Até 2021, o plano é chegar a 1 bilhão destes equipamentos.
- Em comunicado, a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore, disse que “vacinar o mundo contra a COVID-19 será um dos maiores empreendimentos em massa da história da humanidade e é preciso agir tão rápido quanto a produção de vacinas”.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) vai reservar 520 milhões de seringas até o final do ano para garantir o abastecimento, quando uma vacina contra a COVID-19 estiver pronta. Até 2021, o plano é chegar a 1 bilhão destes equipamentos.
Assim que as vacinas forem licenciadas, o mundo precisará de tantas seringas quantas doses de vacina. E o objetivo é garantir que este tipo de equipamento chegue aos países antes das vacinas.
Em comunicado, a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore, disse que “vacinar o mundo contra a COVID-19 será um dos maiores empreendimentos em massa da história da humanidade e é preciso agir tão rápido quanto a produção de vacinas”.
Segundo a chefe da agência, para isso acontecer, é preciso atuar agora, porque as seringas “poderão ser enviadas de forma rápida e econômica”.
A agência está trabalhando com o seu parceiro Aliança Global de Vacinas, Gavi.
O UNICEF também comprará 620 milhões de seringas para programas contra outras doenças, como o sarampo e febre tifoide.
Além das seringas, o UNICEF também está comprando 5 milhões de caixas de segurança para que os materiais possam ser descartados de maneira segura, evitando o risco de ferimentos e doenças transmitidas pelo sangue. Cada caixa contém 100 unidades.
Os equipamentos de injeção têm vida útil de cinco anos, e os prazos de entrega também são longos, pois esses itens são volumosos e precisam ser transportados por frete marítimo.
As vacinas sensíveis ao calor são normalmente transportadas mais rapidamente por via aérea. Além de economizar tempo, a compra antecipada de seringas e caixas de segurança também reduz a pressão no mercado e previne picos iniciais de demanda.
Parceria
Como o principal coordenador de compras da Gavi, o UNICEF já é o maior comprador individual de vacinas do mundo, adquirindo mais de 2 bilhões de doses de vacinas anualmente para imunização de rotina e resposta a surtos em nome de quase 100 países.
Todos os anos, a agência fornece vacinas para quase metade das crianças do mundo, adquirindo e fornecendo entre 600 e 800 milhões de seringas para programas regulares de imunização. As vacinas contra a COVID-19 devem triplicar ou quadruplicar esse número.
Em comunicado, o diretor-executivo da Gavi, Seth Berkley, lembrou que, ao longo de duas décadas, a Aliança Global de Vacinas ajudou mais de 822 milhões de crianças dos países mais vulneráveis do mundo a ter acesso a vacinas essenciais.
“Isso não teria sido possível sem a parceria com o UNICEF e é essa mesma colaboração que será fundamental para o trabalho da Gavi com o Covax”, afirmou o diretor-executivo da Gavi.
Segurança
Para garantir que as vacinas sejam transportadas e armazenadas na temperatura certa, o UNICEF e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão mapeando os equipamentos da cadeia de frio e a capacidade de armazenamento, tanto no setor privado quanto no público. Também estão preparando as orientações para os países receberem as vacinas.
Segundo a diretora-executiva do UNICEF, as agências estão “fazendo tudo o que podem para entregar esses suprimentos essenciais de forma eficiente, eficaz e na temperatura certa, como já fazem tão bem em todo o mundo”.
Mesmo antes da pandemia, com o apoio da Gavi e em parceria com a OMS, o UNICEF estava atualizando o equipamento da rede de frio existente nas unidades de saúde dos países para garantir que as vacinas permaneçam seguras e eficazes durante toda a viagem.
Desde 2017, mais de 40 mil geladeiras de cadeia de frio foram instaladas em unidades de saúde, principalmente na África. Na maioria dos países, o UNICEF promove tecnologias solares para ajudar a manter as cadeias de abastecimento.
No Sudão do Sul, por exemplo, o país menos eletrificado do mundo, onde as temperaturas frequentemente excedem 40º C, mais de 700 unidades de saúde foram equipadas com geladeiras de energia solar, aproximadamente 50% das unidades de saúde do país.