Conferência da FAO para América Latina e Caribe define prioridades para a região
22 outubro 2020
- A Conferência Regional da FAO para a América Latina e o Caribe terminou com um acordo de todos os estados-membros da região sobre três grandes prioridades que nortearão as ações da Organização nos próximos dois anos.
- São elas: sistemas alimentares sustentáveis para fornecer dietas saudáveis para todas as pessoas; mão a mão para alcançar sociedades rurais prósperas e inclusivas; e agricultura sustentável e resiliente.
- O encontro virtual reuniu 545 participantes de 33 estados-membros, além de 103 observadores. Diariamente, mais de 10 mil pessoas acompanharam o evento ao vivo.
A Conferência Regional da FAO para a América Latina e o Caribe terminou com um acordo de todos os estados-membros da região sobre três grandes prioridades que nortearão as ações da Organização nos próximos dois anos. São elas: sistemas alimentares sustentáveis para fornecer dietas saudáveis para todas as pessoas; mão a mão para alcançar sociedades rurais prósperas e inclusivas; e agricultura sustentável e resiliente. O encontro virtual terminou nesta quarta-feira (21) e durou três dias.
"A pandemia expôs as fraquezas dos sistemas alimentares mundiais, mas nos deu a oportunidade de reconstruí-los melhor", disse o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, durante um evento paralelo à Conferência, do Comitê de Segurança Alimentar Mundial. “Continuaremos a apoiar todos os nossos membros em seus esforços para transformar seus sistemas alimentares, tornando-os mais eficientes, saudáveis e sustentáveis”, acrescentou o dirigente.
Os estados-membros apoiaram totalmente o Programa Abrangente de Resposta e Recuperação à COVID-19 da FAO e a Iniciativa Mão a Mão, destacando a importância da inovação, tecnologias digitais, agricultura baseada em dados, investimento e parcerias público-privadas. Os integrantes da FAO também avaliaram positivamente os resultados do trabalho da Organização na região durante o biênio 2018-2019, apresentados no relatório à Conferência, e concordaram que o Equador sediará o próximo encontro.
“Esta Conferência –a primeira a ser totalmente digital devido à pandemia– foi mais aberta, mais inclusiva e mais transparente do que qualquer outra. E teve um nível de participação sem precedentes. Isso mostra o poder da inovação e da digitalização. A inovação torna o impossível possível” -
Qu Dongyu, diretor-geral da FAO.
A Conferência Regional contou com a presença de 545 participantes virtuais de 33 estados-membros, além de 103 observadores da sociedade civil, do mundo científico e acadêmico, do setor privado, do mundo parlamentar, de agências das Nações Unidas e de organizações multilaterais e intergovernamentais. Diariamente, mais de 10 mil pessoas acompanharam o encontro ao vivo.
"A inovação será uma prioridade transversal do trabalho da FAO na região, incluindo inovação agrícola, alimentar, tecnológica e digital", disse o representante regional da FAO, Julio Berdegué.
Sistemas alimentares sustentáveis - A primeira iniciativa regional da FAO se concentrará na criação de sistemas alimentares sustentáveis, a fim de garantir maior oferta e acesso físico a dietas diversificadas e nutritivas para todas as pessoas.
“A FAO trabalhará com os países para melhorar a informação do consumidor e os hábitos de consumo para promover dietas saudáveis. Também apoiará os produtores para aumentar de forma sustentável a produção de alimentos saudáveis. Irá facilitar o acesso a bens produtivos, financiamento e formação para pequenos e médios produtores, promovendo a inovação tecnológica e digital ”, explicou o dirigente regional.
Além disso, a FAO buscará reduzir a perda e o desperdício de alimentos, melhorar os sistemas de distribuição de alimentos, estimular cadeias de abastecimento curtas e políticas comerciais que promovam maior segurança alimentar, juntamente com melhor qualidade e inocuidade dos alimentos.
Mão a mão - A segunda iniciativa aprovada pelos países durante a Conferência visa erradicar a fome e a pobreza nas áreas rurais e estimular o desenvolvimento de novas oportunidades econômicas em territórios atrasados.
“Ajudaremos os países a aumentar o investimento em bens públicos e infraestrutura, fortalecer o acesso seguro à terra, estender a cobertura e a qualidade dos serviços rurais e gerar maiores vínculos entre o setor agrícola e os mercados”, disse Julio Berdegué.
A FAO também promoverá a Iniciativa Global Mão a Mão, emprego rural não agrícola, investimento privado e acesso à internet, serviços de informação e telecomunicações, que são elementos essenciais da transição para agricultura digital e sociedades rurais digitais.
Agricultura resiliente - A terceira iniciativa busca criar uma agricultura que produza alimentos de forma mais sustentável e resiliente, com menos impactos ambientais e com maior adaptação às mudanças climáticas.
“Conseguir isso requer uma melhor gestão do risco de desastres, cuidado e recuperação do solo, uso eficiente da água, promoção da pecuária de baixa emissão e manejo sustentável das florestas, da pesca e da aquicultura”, explicou Julio Berdegué.
A FAO ajudará os países a implementar práticas produtivas resilientes às mudanças climáticas, integrar a conservação da biodiversidade nas políticas de produção, combater a pesca ilegal e promover iniciativas relacionadas ao patrimônio natural e cultural, como serviços ambientais e produtos com indicação geográfica.