Chefes da ONU pedem acesso universal à ciência
28 outubro 2020
- Os benefícios da ciência devem ser compartilhados por todos. O apelo foi feito por três líderes de agências das Nações Unidas para a necessidade de cooperação entre todos durante a pandemia da COVID-19.
- Na terça-feira (27), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde(OMS), Tedros Adhanom, a diretora-geral Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, e a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, emitiram um comunicado conjunto.
Os benefícios da ciência devem ser compartilhados por todos. O apelo foi feito por três líderes de agências das Nações Unidas para a necessidade de cooperação entre todos durante a pandemia da COVID-19.
Na terça-feira (27), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde(OMS), Tedros Adhanom, a diretora-geral Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, e a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, emitiram um comunicado conjunto.
Segundo Tedros Adhanom, as melhores tecnologias de saúde e descobertas não podem ser privilégio de poucos, mas precisam estar à disposição de todos. O chefe da OMS acredita que um processo aberto de pesquisa ajuda a promover transparência, inclusão e solidariedade.
Já Audrey Azoulay ressaltou a necessidade de acesso universal à ciência. Para ela, a solidariedade demonstrada na comunidade científica global é um modelo para o futuro. Ela relatou que antes da COVID-19, apenas uma em cada quatro publicações científicas era aberta e acessível a todos, excluindo milhões de pesquisadores da possibilidade de intercâmbio com colegas de outras partes do mundo.
Para a UNESCO, os modelos fechados de ciência não funcionam e só aumentam desigualdades entre os países e os pesquisadores. Os 193 países-membros da Organização estão redigindo um documento sobre como manter uma visão coerente da ciência aberta com um conjunto de princípios e valores. A versão final deve ser adorada para o fim de 2021.
Michelle Bachelet acredita que existe uma necessidade urgente de “democratizar a ciência”, não apenas liberalizando o acesso a publicações, mas também tornando o processo científico mais acessível, transparente e participativo ao compartilhar dados, protocolos, software e infraestrutura. Ela afirmou que as falhas de um sistema de ciência fechado acabaram levando a uma desconfiança e a uma falta de conexão entre ciência e sociedade, além de um maior abismo entre ciência, tecnologia e inovação. Para a alta comissária, a partilha de conhecimento é uma questão de direitos humanos.