Espaço para venda de artesanato de indígenas venezuelanos é inaugurado em Boa Vista
02 novembro 2020
- Já está funcionando um espaço exclusivo para comercializar artesanato feito por mulheres indígenas venezuelanas refugiadas no Brasil. É o Espaço de Artesanato Warao e E’ñepaa, no Centro de Artesanato de Boa Vista, capital de Roraima, resultado de uma parceria entre a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional e o Sindicato de Artesãos de Roraima, e conta com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
- No local, as mulheres indígenas das duas etnias poderão comercializar seus artesanatos. As artesãs vivem nos abrigos temporários Pintolândia (Boa Vista) e Janakoida (Pacaraima), que fazem parte da Operação Acolhida – resposta do governo federal ao fluxo de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela para o Brasil.
Já está funcionando um espaço exclusivo para comercializar artesanato feito por mulheres indígenas venezuelanas refugiadas no Brasil. É o Espaço de Artesanato Warao e E’ñepaa, no Centro de Artesanato de Boa Vista, capital de Roraima, resultado de uma parceria entre a Fraternidade – Federação Humanitária Internacional e o Sindicato de Artesãos de Roraima, e conta com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
No local, as mulheres indígenas das duas etnias poderão comercializar seus artesanatos. As artesãs vivem nos abrigos temporários Pintolândia (Boa Vista) e Janakoida (Pacaraima), que fazem parte da Operação Acolhida – resposta do governo federal ao fluxo de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela para o Brasil. A iniciativa é resultado da busca por alternativas de geração de renda para a população indígena venezuelana que vive nos abrigos temporários geridos pela Fraternindade, em parceria com o ACNUR.
Por meio do setor de Meios de Vida, a Fraternidade busca dar autonomia social e econômica às pessoas refugiadas que estão nos abrigos geridos por esta organização humanitária. Atualmente, cerca de 800 pessoas refugiadas e migrantes indígenas da Venezuela estão acolhidas nos abrigos Pintolândia e Janokoida. A Fraternindade busca intensificar a resposta humanitária por meio de soluções que tragam novas perspectivas para que as pessoas refugiadas possam reconstruir suas vidas.
De acordo com recente relatório do ACNUR sobre atividades para populações indígenas venezuelanas, mais de 5 mil indígenas do país vizinho (das etnias Warao, Eñepá, Pemon, Kariña e Wayûu) procuraram proteção e assistência em terras brasileiras. Destes, 3.224 são solicitantes do reconhecimento da condição de refugiado, e 100 deles já tiveram suas solicitações confirmadas pelo governo do Brasil.
O êxodo de venezuelanos por causa da crise política, econômica e social no país é um dos maiores movimentos de deslocamento forçado das Américas. Segundo estimativas da ONU, cerca de 5,5 milhões de venezuelanos já deixaram o país em busca de proteção e assistência.
Estima-se que cerca de 500 mil venezuelanos já chegaram ao Brasil, sendo que aproximadamente metade permanece no país. Mais de 46 mil venezuelanos já foram reconhecidos como refugiadas e refugiados no país, configurando a maior população com este perfil na América Latina.
Por meio do artesanato, os povos indígenas das etnias Warao e E’ñepa expressam sua cultura, sua identidade e sua ligação com os elementos da natureza. O trabalho contribui para gerar renda às artesãs, sendo desenvolvido com o objetivo principal de manter viva a cultura e a expressão da identidade deste povos, que por diversos motivos tiveram que abandonar seus locais de origem e hoje vivem em contextos muito diferentes de suas formas de vidas tradicionais.
Ojidu, a Árvore da Vida Warao – Toda a vida e sustento do povo Warao está interligada à arvore do Buriti, com a qual produzem alimentos, artesanatos, vestimentas e casas.
“Nós consideramos a árvore do buriti como a mata da nossa terra, árvore sagrada, desde os nossos ancestrais. É parte da vida dos indígenas Warao, porque dela saem muitos alimentos e a fibra do buriti, com a qual fazemos o artesanato”, conta a indígena e artesã Ensismar, moradora do abrigo Pintolândia.
Essa profunda relação é explicada em sua mitologia. “Há muito tempo, os Warao conheceram um homem que chamava Ojidu. Ele dava aos Warao tudo o que precisavam: redes, frutos, farinha. Tudo o que os Warao necessitavam, ele conseguia. Um dia, um homem muito invejoso o matou, e ele se tornou uma árvore de buriti (Ojidu), nossa árvore da vida. Ela nos dá tudo o que precisamos”, explica a artesã.
E’ñepa, gente indígena – Com afinco e zelo, os indígenas da etnia E’ñepa manuseiam sementes na confecção de miçangas, colares e pulseiras, talham grafismos e pintam as madeiras tratadas que dão origem a arcos e flechas decorativos.
Por estarem em menor número dentro dos abrigos, são mais tímidos e silenciosos, e buscam manter suas tradições e essência: das roupas coloridas às festividades.
Serviço
Box de Artesanato Indígena Warao e E’ñepa
Centro de Artesanato – Rua Floriano Peixoto, 432, Centro. Boa Vista
Contato: Renata Garcia (11) 9. 3355-2472