FIDA: Bancos Públicos de Desenvolvimento firmam compromisso histórico para enfrentar fome e pobreza no mundo
11 novembro 2020
- Pela primeira vez na história, 13 Bancos Públicos de Desenvolvimento firmaram um compromisso conjunto de fortalecer os investimentos em alimentação e agricultura no contexto de uma pandemia global e das mudanças climáticas. Este movimento sem precedentes vem como uma resposta urgente às mudanças climáticas e de desenvolvimento em alguns dos países mais vulneráveis.
- O comunicado já foi assinado por bancos rurais e de agrícolas da África Subsaariana, Ásia e América Latina e de associações de crédito agrícola e regional rural e foi coordenado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
- Os signatários reconhecem a importância de focar nos pequenos agricultores familiares e pequenos e médios agronegócios.
Pela primeira vez na história, 13 Bancos Públicos de Desenvolvimento firmaram um compromisso conjunto de fortalecer os investimentos em alimentação e agricultura no contexto de uma pandemia global e das mudanças climáticas. Mais signatários são esperados nos próximos dias.
Este movimento sem precedentes vem como uma resposta urgente às mudanças climáticas e de desenvolvimento em alguns dos países mais vulneráveis.
“A COVID-19 e as mudanças climáticas estão colocando enorme stress nos sistemas alimentares", afirmou o presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Gilbert F. Houngbo. Ele liderou as discussões do grupo e o comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira (11).
“Precisamos agir agora para aumentar o financiamento se queremos um mundo livre da fome e da pobreza até 2030 e oferecer um futuro sustentável para 2 bilhões de agricultores que produzem a maior parte dos alimentos do mundo. Os Bancos Públicos de Desenvolvimento podem ser os líderes ao abrir oportunidades, construir um mundo mais resiliente e garantir sociedades mais justas”, afirmou o dirigente.
O comunicado contribui para a Cúpula de Financiamento Comum (9 a 12 de novembro), onde 450 Bancos Públicos de Desenvolvimento de todos os setores se reúnem pela primeira vez para acordar ações que alterem investimentos para um caminho mais verde e sustentável, enquanto respondem à crise da COVID-19.
O comunicado já foi assinado por 13 bancos rurais e de agrícolas da África Subsaariana, Ásia e América Latina e de associações de crédito agrícola e regional rural. Enquanto estes bancos são diversos em termos de base de capital, mandato e instrumentos, o comunicado enfatiza o papel crítico que eles possuem em financiar futuros sistemas alimentares inclusivos e sustentáveis e em enfrentar falências de mercado – particularmente em tempos de crise, como a atual pandemia de COVID-19.
O comunicado reforça a necessidade de melhorar regulações, políticas, governança e capacidade institucional para permitir que os Bancos Públicos de Desenvolvimento assumam os necessários riscos de investimento enquanto se mantem financeiramente viáveis e institucionalmente sustentáveis em um mercado financeiro em rápida mudança.
Os signatários também reconhecem a importância de focar nos pequenos agricultores familiares e pequenos e médios agronegócios e desenvolver produtos financeiros customizados para suas necessidades. A capacidade deles em acessar o financiamento para investimento normalmente é limitada pelo tamanho, estrutura patrimonial, fragmentação e falta de informação e coordenação, tanto do mercado financeiro quanto agrícola.
“É crítico que os Bancos de Desenvolvimento Públicos foquem nos pequenos produtores e agronegócios, que são a espinha dorsal dos sistemas alimentares e as economias de muitos países de renda baixa e média”, afirmou Gilbert F. Houngbo. “Com acesso a financiamento, eles podem ser muito mais produtivos e contribuir para uma segurança alimentar mais ampla e próspera”.
O comunicado enfatiza a importância do papel dos Bancos de Desenvolvimento Públicos como catalizadores dos investimentos do setor privado, que com frequência são impedidos por uma variedade de riscos, custos e baixos retornos econômicos. Os Bancos de Desenvolvimento Públicos podem desenvolver soluções financeiras inovadoras para atrair investidores para o setor e ajudar a alinhar a finança comercial a objetivos de desenvolvimento global, ambientais e relacionados ao clima.
De acordo com a Coalisão do Uso da Terra e Alimentar, a transição para práticas mais sustentáveis de sistemas alimentares deve requerer entre 300 e 350 bilhões de dólares por ano até 2030, mas entrega um “prêmio econômico” de 5,7 trilhões de dólares economizados em “custos escondidos” associados com as práticas atuais e destrava 4,5 trilhões de dólares em oportunidades de negócios anuais.
Neste contexto, o FIDA está aumentando seu engajamento com o setor privado para atrair investimentos em agricultura de pequeno porte e pequenos e médios negócios rurais. Em outubro, o FIDA foi primeiro o fundo da ONU a receber uma nota de crédito pública, tornando mais fácil levantar recursos de credores públicos e privados.
A Cúpula de Financiamento Comum é uma iniciativa da Federação Mundial de Instituições de Financiamento para o Desenvolvimento e do Clube Internacional de Financiamento para o Desenvolvimento e é reunido pela Agência Francesa de Desenvolvimento.
O FIDA investe em populações rurais, empoderando-as para reduzir a pobreza, aumentar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e fortalecer resiliência. É uma instituição financeira internacional e está baseada em Roma, onde fica o centro de agricultura e alimentos das Nações Unidas.
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Caroline Chaumont
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