Fundo Global para o Meio Ambiente financia projeto de manejo sustentável de recursos naturais na região amazônica
14 dezembro 2020
- O Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF na sigla em inglês) no Brasil vai financiar um novo projeto que visa fortalecer o processo de gestão participativa dos recursos naturais para o desenvolvimento econômico sustentável, conservar a biodiversidade e incentivar a manutenção das reservas de carbono nas áreas úmidas amazônicas.
- O investimento será direcionado para atividades desenvolvidas em três estados da federação: Pará, Amapá e Amazonas, impactando quase 6 mil pessoas e mais de 18 milhões de hectares.
- O GEF no Brasil é coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá com apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e de outros parceiros locais.
O Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF na sigla em inglês) no Brasil vai financiar um novo projeto que visa fortalecer o processo de gestão participativa dos recursos naturais para o desenvolvimento econômico sustentável, conservar a biodiversidade e incentivar a manutenção das reservas de carbono nas áreas úmidas amazônicas.
O GEF no Brasil é coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá com apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e de outros parceiros locais.
O investimento no valor de US$ 3,4 milhões doados pelo GEF e US$ 18,6 milhões de financiamento nacional, será direcionado para atividades desenvolvidas em três estados da federação: Pará, Amapá e Amazonas (desde a costa paraense e amapaense, até a região do médio Solimões, nos municípios de Tefé, Uarini, Alvarães e Maraã), impactando quase 6 mil pessoas e mais de 18 milhões de hectares.
“Este financiamento é essencial para a região amazônica. Espera-se que as cadeias produtivas sejam fortalecidas e consolidadas, para que, por um lado, isso se reverta em maior renda e qualidade de vida para as comunidades, e por outro traga melhores índices de conservação”, explicou o diretor geral do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, João Valsecchi.
O projeto amplia e reforça as ações que já são realizadas pelo Instituto na região, e irá atuar também com o desenvolvimento e aplicação de tecnologias para melhorar a qualidade de vida das comunidades locais. A ideia é fortalecer e consolidar cadeias produtivas de insumos tradicionalmente utilizados pela população local e melhorar o índice de sustentabilidade dessas atividades econômicas. Entre elas a extração de madeira, o manejo de pescado com foco no Pirarucu, o manejo de jacarés, o manejo de caranguejo-uçá e o manejo de mangue. Como relação de causa e efeito, espera-se que a valorização das atividades sustentáveis contribua para diminuição da pressão sobre o meio ambiente local, como a redução da extração da madeira de forma ilegal.
“Esse projeto tem um grande potencial de se transformar em referência para todo o território nacional, uma vez que o Instituto Mamirauá é uma organização que trabalha a interação entre a população e seu ambiente, capacita lideranças locais, produz conhecimento científico como base para suas estratégias de intervenção e também como base para pesquisas científicas”, destacou o ponto focal operacional do GEF para o Brasil, Marcus Barreto.
Para o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, o fortalecimento das atividades na região também é importante do ponto de vista humano e social, uma vez que não foca apenas nos recursos naturais, mas também na comunidade local. “Este projeto busca abordagens sustentáveis para a gestão comunitária dos recursos naturais. Na FAO, estamos cientes da importância de trabalhar com as comunidades sob uma perspectiva de governança de recursos naturais e temos consciência de que é necessário trabalhar pelo meio ambiente sim, mas com sua gente”.
Sobre a Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica abriga 10% da biodiversidade do planeta, 20% da água doce do mundo, fornece importantes serviços ecossistêmicos, armazena mais de 100 bilhões de toneladas de carbono e é essencial para a subsistência de mais de 34 milhões de pessoas. O manejo adequado desta floresta tropical por excelência e de sua biodiversidade é fundamental para a manutenção do clima global e mitigação dos impactos do crescimento da população humana na sustentabilidade ambiental e segurança alimentar para os povos da região.
As comunidades que vivem nos ecossistemas inundados da Amazônia desenvolveram um conhecimento incrível sobre a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas, mas, acima de tudo, sobre os recursos pesqueiros. A Amazônia possui as maiores taxas de consumo de pescado do mundo, sendo o pescado uma das mais importantes fontes de proteína para a população regional. Em toda a Bacia Amazônica, a pesca é considerada a principal fonte de renda para cerca de 200 mil pessoas, chegando a 72% da renda total anual de algumas comunidades ribeirinhas.
GEF na América Latina e Caribe
Além do Brasil, outros cinco países da América Latina e do Caribe terão seus projetos implementados por financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) com o apoio da FAO no valor total de mais de US$ 27 milhões, com cofinanciamento de aproximadamente US$ 184 milhões. Espera-se que esses projetos beneficiem diretamente mais de 439 mil pessoas.