OMS: ivermectina contra COVID-19 só deve ser usada em ensaios clínicos
01 abril 2021
- A partir de dados obtidos em 16 ensaios clínicos, incluindo pacientes internados e ambulatoriais com COVID-19, um grupo de especialistas determinou que não há certeza de que o medicamento reduza mortalidade e gravidade da doença.
- Nessa quarta-feira (31), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que as evidências atuais sobre o uso de ivermectina para tratar pacientes com COVID-19 são inconclusivas. Para a agência, até que mais dados estejam disponíveis, o medicamento deve ser utilizado apenas em ensaios clínicos.
- A recomendação, que se aplica a pacientes COVID-19 em qualquer gravidade, agora faz parte das diretrizes da OMS para tratamentos do novo coronavírus.
- A ivermectina é um medicamento antiparasitário de uso comum, incluído na lista de medicamentos essenciais da OMS para várias doenças parasitárias, como sarna e piolho.
A partir de dados obtidos em 16 ensaios clínicos, incluindo pacientes internados e ambulatoriais com COVID-19, um grupo de especialistas determinou que não há certeza de que o medicamento reduza mortalidade e gravidade da doença.
Nessa quarta-feira (31), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que as evidências atuais sobre o uso de ivermectina para tratar pacientes com COVID-19 são inconclusivas. Para a agência, até que mais dados estejam disponíveis, o medicamento deve ser utilizado apenas em ensaios clínicos.
A recomendação, que se aplica a pacientes COVID-19 em qualquer gravidade, agora faz parte das diretrizes da OMS para tratamentos do novo coronavírus.
A ivermectina é um medicamento antiparasitário de uso comum, incluído na lista de medicamentos essenciais da OMS para várias doenças parasitárias, como sarna e piolho.
Resultados inconclusivos - A agência reuniu um grupo de desenvolvimento de diretrizes em resposta ao aumento da atenção internacional sobre o uso de ivermectina como um possível tratamento contra a Covid-19. O grupo é formado por um painel de especialistas internacionais e independentes, além de pacientes associados.
Eles revisaram dados agrupados de 16 ensaios clínicos aleatoriamente com 2.407 participantes, incluindo aqueles e ambulatoriais. Com isso, o grupo concluiu que as evidências sobre se “a ivermectina reduz a mortalidade, a necessidade de ventilação mecânica, a necessidade de internação hospitalar e o tempo para a melhora clínica” em pacientes com COVID-19 é certamente muito baixa. Isso se deve ao tamanho dos ensaios e às limitações metodológicas dos dados disponíveis.
O painel não avaliou o uso de ivermectina como método preventivo contra COVID-19, que está fora do escopo das diretrizes atuais determinadas.
Brasil - O vice-diretor da Organização Panamerica de Saúde (OPAS) Sylvain Aldighieri explicou que a situação atual do Brasil é resultado da movimentação de pessoas no período entre o Natal e o carnaval e que não seguir adequadamente as medidas de saúde pública ampliou a transmissão da doença. Atualmente, o número de mortes reportadas no país é superior ao dos Estados Unidos, que foi o líder da epidemia nas Américas em 2020.
Além disso, a circulação de uma variante no país está levando a um aumento de casos. Alighieri afirmou que foi observado que a variante P1, primeiramente detectada no Brasil, é mais transmissível do que o tipo que circulou em 2020. A OPAS tem recebido relatórios de diferentes partes do Brasil informando uma elevação no número de jovens que têm sido internados em UTIs comparado a 2020.
Além do Brasil, oito outros países da América do Sul registraram a nova variante: Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Colômbia, Paraguai, Venezuela e Guiana.
O médico brasileiro e vice-diretor-geral da OPAS, Jarbas Barbosa, afirmou que a América Latina tem sido fortemente impactada pela pandemia e precisa urgentemente das vacinas. Ele lembrou que os efeitos da vacinação ainda levarão um tempo para gerar resultados e por isso é necessário continuar seguindo as medidas de saúde pública.