Mundo precisa fazer mais para cumprir metas ambientais até 2030, revela relatório
26 maio 2021
- Se nada for feito para corrigir a rota, os países não vão alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relativos à proteção ambiental até 2030, alertam duas entidades da ONU em novo relatório divulgado no sábado (22), quando foi celebrado o Dia Internacional da Biodiversidade.
- Apesar de progredir em áreas como água limpa, saneamento, energia limpa e manejo florestal, o mundo ainda vive de forma insustentável. A perda de biodiversidade e as mudanças climáticas são apontadas como áreas críticas, em que a situação está piorando.
- “O relatório deixa claro que estamos longe e, em alguns casos, até retrocedendo. O mundo não pode sustentar nossa taxa de uso e abuso para sempre e é imperativo que aceitemos as mudanças nos estilos de vida e meios de subsistência necessárias para atingir as metas de 2030”, disse a secretária-executiva da Convenção sobre Diversidade Biológica, Elizabeth Maruma Mrema, que produziu o estudo em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
- O relatório também chama a atenção para a falta de produção e utilização de dados para melhor monitorar o progresso.
Se nada for feito para corrigir a rota, os países não vão alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relativos à proteção ambiental até 2030, alertam duas entidades da ONU em novo relatório divulgado no sábado (22), quando foi celebrado o Dia Internacional da Biodiversidade.
Apesar de progredir em áreas como água limpa, saneamento, energia limpa e manejo florestal, o mundo ainda vive de forma insustentável e áreas como a perda de biodiversidade e as mudanças climáticas continuam a se deteriorar.
“Ainda não abraçamos o ritmo de mudança necessário para nos alinharmos com a Agenda 2030”,
Elizabeth Maruma Mrema, secretária-executiva da Convenção sobre Diversidade Biológica
A Convenção sobre Diversidade Biológica produziu o estudo em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Retrocesso - “O relatório deixa claro que estamos longe e, em alguns casos, até retrocedendo. O mundo não pode sustentar nossa taxa de uso e abuso para sempre e é imperativo que aceitemos as mudanças nos estilos de vida e meios de subsistência necessárias para atingir as metas de 2030”, ressaltou Mrema.
Os ODS estão no centro da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que define metas acordadas internacionalmente em áreas como pobreza, fome, saúde, ação climática, energia limpa e consumo responsável.
O relatório de Medição do Progresso analisa os dados e informações sobre os aspectos ambientais de cada uma das 17 metas e como os países estão progredindo com base na avaliação por meio dos respectivos indicadores dos ODS.
Os autores descobriram que houve um aumento nas tendências negativas entre mais indicadores quando comparados com o relatório de progresso anterior, publicado em 2019. No último relatório, 74% dos indicadores com dados suficientes mostravam uma tendência positiva, agora são apenas 67%.
Como os ODS estão interligados, atingir um objetivo ou meta pode contribuir para o alcance de outros objetivos ou metas, enquanto a busca de um objetivo pode entrar em conflito com a realização de outro.
Os pesquisadores testaram a relação entre os indicadores ODS, usando uma abordagem analítica orientada por dados. Entre as ligações que encontraram estava que o consumo de material doméstico relacionado à extração de biomassa está “negativamente correlacionado” com espécies em risco de extinção.
Por outro lado, o aumento das áreas protegidas e outras medidas para preservar a biodiversidade não levaram à redução do número de espécies em risco de desaparecimento, o que significa que uma estratégia global de uma década para conservar a biodiversidade até 2020 foi perdida.
Dados melhores - O relatório indicar ainda que dados e indicadores melhorados são importantes para entender como garantir o progresso do desenvolvimento de maneira prática.
Foram identificadas lacunas na diversidade e no uso de dados e estatísticas ambientais para informar as políticas governamentais, particularmente os “big data ambientais” produzidos por meio de tecnologias como sensoriamento remoto e inteligência artificial.
Além disso, muitos produtos de dados, estatísticas e indicadores existentes parecem ser subutilizados, embora os governos também tenham falhado em enfatizar esses dados na criação de políticas ou na tomada de decisões.
“Nossa compreensão da dimensão ambiental dos ODSs está atrasada”, disse o diretor da divisão de ciência do PNUMA, Jian Liu.
“Nossas capacidades limitadas de coletar, disseminar e usar efetivamente os dados ambientais têm prejudicado nossa compreensão holística do meio ambiente e do efeito dos fatores socioeconômicos - esperamos que este relatório apoie os países à medida em que eles fortalecem sua ação nas dimensões ambientais com a visão de a cumprir a Agenda 2030”, explicou Liu.