ONU pede proteção para civis de Burkina Faso e condena ataque terrorista mais mortal no país
07 junho 2021
- As comunidades na zona rural de Burkina Faso precisam urgentemente de maior proteção contra extremistas violentos, insistiram entidades da ONU na segunda-feira (7), em resposta a um ataque mortal no fim de semana que tirou a vida de pelo menos 160 pessoas.
- O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o “número inaceitável” de pessoas assassinadas no ataque, um dos mais mortíferos em anos na nação africana, onde três dias de luto estão ocorrendo.
- De acordo com o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), esses ataques se tornaram relativamente comuns em partes do Sahel Central. Entre 2015 e 2020, eles aumentaram oito vezes.
- Guterres destacou a “necessidade urgente” de redobrar o apoio aos Estados-membros que lutam contra a ameaça crescente do extremismo violento em toda a região.
As comunidades na zona rural de Burkina Faso precisam urgentemente de maior proteção contra extremistas violentos, insistiu Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) na segunda-feira (7), em resposta a um ataque mortal no fim de semana que tirou a vida de pelo menos 160 pessoas.
O tweet do ACNUDH seguiu a condenação do secretário-geral da ONU, António Guterres, ao ataque terrorista no norte de Burkina Faso, que, segundo relatos, também deixou sete crianças mortas e centenas deslocadas.
A atrocidade, que foi relatada pelo governo, é uma das mais mortíferas em anos na nação da África Ocidental, onde três dias de luto estão ocorrendo.
Relatórios indicam que agressores não identificados inicialmente miraram em uma mina de ouro perto de uma aldeia na província de Yagha, próxima da fronteira com o Níger, antes de atacar o mercado da comunidade.
Número inaceitável - Em uma mensagem emitida por seu porta-voz, Guterres condenou o “número inaceitável de pessoas” mortas do incidente. Ele também destacou a “necessidade urgente” de redobrar o apoio aos Estados-membros que lutam contra a ameaça crescente do extremismo violento em todo o Sahel.
Fazendo eco a esse pedido, o representante especial do secretário-geral para a África Ocidental e o Sahel, Mahamat Saleh Annadif, reafirmou a solidariedade da ONU com o governo e o povo de Burkina Faso e seus esforços para combater o terrorismo e consolidar a paz e o desenvolvimento.
Esses ataques se tornaram relativamente comuns em partes do Sahel Central. O Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) disse que eles aumentaram oito vezes entre 2015 e 2020.
Realidade diária - “Incidentes de segurança, ataques e sequestros são uma realidade diária para milhões de civis”, disse o OCHA em uma recente atualização online da situação, que destacou como as comunidades “estão presas entre grupos armados, violência intercomunitária e operações militares que afetam severamente seu acesso a serviços sociais básicos, meios de subsistência e assistência”.
O escritório humanitário da ONU observou que mais de 1,1 milhão de pessoas estão agora deslocadas internamente em Burkina Faso, onde o conflito e a violência continuam a forçar as pessoas a deixar suas casas desde o início do ano, especialmente nas regiões de Sahel e Centro-Norte.
Em abril, confrontos entre grupos armados e forças de segurança - além de ataques contra comunidades e saqueamentos, também atingiram as regiões norte e leste, provocando novos deslocamentos e quase 26 mil novos desabrigados em março.
Destacando a crescente ameaça de extremistas violentos em nações da África Central, o OCHA observou na região do Lago Chade, que os ataques violentos triplicaram entre 2015 e 2020.