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Sítio Burle Marx é reconhecido pela UNESCO como patrimônio mundial

28 julho 2021

  • 23º bem brasileiro a integrar a Lista do Patrimônio Mundial, o Sítio é um laboratório de experimentações botânicas e paisagísticas que sintetiza a obra do arquiteto paisagista e artista Roberto Burle Marx (1909-1994).
  • O Sítio Burle Marx foi reconhecido na categoria de Paisagem Cultural, na qual se enquadram bens que referenciam a interação entre o ambiente natural e as atividades humanas, resultando em uma paisagem natural modificada.  
  • Situado a oeste do Rio de Janeiro, o sítio é uma unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. 
  • Com a inclusão na Lista de patrimônios mundiais da ONU, cria-se também um compromisso internacional de preservação do local.
  • A decisão foi tomada esta semana durante a 44ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, em Fuzhou, na China, e integrou novos 24 locais à lista.
Legenda: Antiga residência do paisagista brasileiro, jardim no Rio abriga mais de 3.500 espécies de plantas
Foto: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)  se reuniu na terça-feira (27) para votar a inscrição de novos locais em seu catálogo. Realizada em Fuzhou, na China, a reunião foi transmitida via internet para todo o mundo e adicionou  24 novos locais à lista de Patrimônios Mundiais. Entre eles, o Sítio Burle Marx (SRBM), no Rio de Janeiro, um laboratório de experimentações botânicas e paisagísticas que sintetiza a obra do arquiteto, paisagista e artista brasileiro que o projetou.

A UNESCO escolheu os locais recém-adicionados por seu significado cultural, histórico ou científico.  Com a nova inclusão, o Brasil passa a ter 23 bens inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, registro dos bens considerados como portadores de valor universal excepcional para a cultura da humanidade. 

O SRBM foi reconhecido na categoria de Paisagem Cultural, na qual se enquadram bens que referenciam a interação entre o ambiente natural e as atividades humanas, resultando em uma paisagem natural modificada.  

O Sítio Burle Marx - Situado a oeste do Rio de Janeiro, o local incorpora um projeto de sucesso desenvolvido ao longo de mais de 40 anos pelo arquiteto paisagista e artista Roberto Burle Marx (1909-1994) para criar uma “obra de arte viva” e um “laboratório paisagístico” usando plantas nativas e com base em ideias modernistas. Iniciado em 1949, o jardim apresenta as principais características que definiram os jardins paisagísticos de Burle Marx e influenciaram o desenvolvimento de jardins modernos internacionalmente.

"A inserção do Sítio Roberto Burle Marx na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO significa reconhecer a dimensão internacional do criador do conceito de ‘jardim tropical moderno’, assim como a expressão de um acervo cultural e natural que possui mais de 3,5 mil espécies de plantas tropicais e que cumpre o papel de transmitir, preservar, pesquisar e difundir a obra do paisagista, em interação permanente com a comunidade", afirmou a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto.

O jardim é caracterizado por formas sinuosas, plantação em massa exuberante, arranjos arquitetônicos de plantas, contrastes dramáticos de cores, uso de plantas tropicais e a incorporação de elementos da cultura popular tradicional. No final da década de 1960, o local abrigava a coleção mais representativa de plantas brasileiras, ao lado de outras raras espécies tropicais.

No local, 3.500 espécies cultivadas da flora tropical e subtropical crescem em harmonia com a vegetação nativa da região, notadamente manguezais, restinga (um tipo distinto de floresta tropical úmida costeira e subtropical úmida) e a Mata Atlântica. O Sítio Roberto Burle Marx apresenta uma concepção ecológica da forma como processo, incluindo a colaboração social que é a base da preservação ambiental e cultural. É o primeiro jardim tropical moderno a ser inscrito na Lista do Patrimônio Mundial, incluindo a colaboração social que é a base da preservação ambiental e cultural.

​Próximos passos - Localizado na Barra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), o sítio é uma unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. Com a inclusão na Lista de patrimônios mundiais da ONU, cria-se também um compromisso internacional de preservação do local. 

Um dos próximos passos será a formalização de um plano de gestão para o Sítio e seu entorno, envolvendo diversas instituições governamentais e atores da sociedade civil. O plano mapeará riscos e apontará ações para minimizar possíveis ameaças ao valor universal excepcional do SRBM. 

Outros novos patrimônios - Além do Brasil, outros países tiveram locais votados como parte do patrimônio cultural. No Japão, as ilhas Amami-Oshima; Tokunoshima; Okinawa, com a sua parte norte; e Iriomote. Na República da Coreia, as planícies de maré coreanas, em Getbol. O Complexo Florestal de Kaeng Krachan Forest Complex (KKFC), na Tailândia. Na Geórgia, as florestas tropicais e pântanos cólicos. O monte Arslantepe, na Turquia. 

Nos Países Baixos, a extensão das Linhas de Defesa de Amsterdam, que passa a ser chamada de Linha de Água Holandesa. As Colônias de Benevolence, na Bélgica. Na China, Quanzhou: o Empório do Mundo em Song-Yuan, China. O Templo de Kakatiya Rudreshwara (Ramappa), em Telangana, na Índia. A Ferrovia Trans-Iraniana da República Islâmica do Irã. Na Espanha, o Paseo del Prado e o Buen Retiro, uma paisagem artística e científica. A cidade indiana de Dholavira.

No Irã, a paisagem cultural de Hawraman/Uramanat. Os campos pré-históricos de Jomon, no norte do Japão. Na Romania, a Montanha Roșia. Na Jordânia, As-Salt - o lugar da tolerância e hospitalidade urbana. As mesquitas em estilo sudanês no norte da Costa do Marfim. Na França, na cidade de Nice, a cidade de Riviera. No Peru, o complexo arqueoastronômico de Chankillo. No Uruguai, o trabalho do engenheiro Eladio Dieste na Igreja da Atlántida.

No Chile, o assentamento e a mumificação artificial da cultura Chinchorro, na região de Arica e Parinacota. Em território mexicano, o Conjunto Franciscano do Mosteiro e a Catedral da Nossa Senhora da Assunção de Tlaxcala Na Alemanha e nos Países Baixos, as fronteiras do Império Romano.Cidades do ShUM, Speyer, Worms and Mainz, na Alemanha.

Para saber mais sobre os novos patrimônios mundiais da UNESCO, acesse aqui.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa