Em Dia Internacional, ONU pede mais investimento em prevenção de futuras pandemias
27 dezembro 2021
Nesta segunda-feira (27), celebra-se o primeiro Dia Internacional de Preparação Epidemiológica, estabelecido pelas Nações Unidas para defender a importância da prevenção, preparação e parceria contra epidemias.
Para marcar a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, se pronunciou relembrando o quanto a COVID-19 nos provou rapidamente seu efeito devastador. Em seu comunicado, o chefe da ONU destacou que o fracasso da humanidade em lidar com outras emergências de saúde, como Zika, gripe aviária, Ebola, e outras, colocou em evidência a falta de preparação que o mundo possui para lidar com surtos infecciosos.
Segundo ele, doenças contagiosas são “um perigo claro e presente para todos os países” e é preciso aumentar investimentos em “monitoramento, detecção precoce e planos de resposta rápida” em todas as partes do mundo, especialmente em nações mais vulneráveis.
“Neste Dia Internacional de Preparação Epidemiológica, vamos dar a este problema o foco, a atenção e o investimento que merece”, apelou Guterres
Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, o mundo continua “lamentavelmente” despreparado para impedir que surtos localizados atravessem fronteiras e se transformem numa pandemia. Em um comunicado marcando o Dia Internacional de Preparação Epidemiológica, celebrado pela primeira vez na segunda-feira (27), Guterres afirmou que a COVID-19 continua a demonstrar quão rapidamente “uma doença infecciosa pode varrer o mundo”, empurrando os sistemas de saúde para o limite e mudando a vida diária de toda.
“[A COVID-19] também revelou o nosso fracasso em aprender as lições das recentes emergências de saúde como SARS, gripe aviária, zika, ebola e outras”, completou o chefe da ONU.
Limitando doenças infecciosas - Observando que as doenças infecciosas continuam sendo “um perigo claro e presente para todos os países”, Guterres afirmou que a COVID-19 não será a última pandemia para a humanidade.
Mesmo enquanto o mundo ainda responde a esta crise de saúde, ele deixou claro a necessidade de se preparar para a próxima.
“Isso significa aumentar os investimentos em melhor monitoramento, detecção precoce e planos de resposta rápida em todos os países - especialmente os mais vulneráveis”, argumentou.
“Significa fortalecer os cuidados de saúde primários a nível local para prevenir o colapso, garantindo o acesso equitativo a intervenções que salvam vidas, como vacinas para todas as pessoas e alcançando a cobertura universal de saúde”, continuou.
O secretário-geral afirmou que, ao construir a solidariedade global, todos os países teriam uma chance de lutar “para parar as doenças infecciosas em seu caminho”.
Um novo acordo global - No início do mês, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, saudou a decisão de uma sessão especial da Assembleia Mundial da Saúde (AMS) - o principal órgão de tomada de decisões da agência da OMS - para desenvolver um novo acordo global sobre prevenção e resposta à pandemia.
Embora reconhecendo um longo caminho pela frente, Tedros descreveu a decisão como “motivo de celebração e motivo de esperança”.
“Ainda há divergências sobre o que um novo acordo poderia ou deveria conter”, constatou, mas o consenso provou que “as diferenças podem ser superadas e um ponto comum pode ser encontrado”, argumentou o chefe da OMS.
Vacinação desigual - Enquanto isso, enquanto os casos da nova variante Ômicron continuam a se espalhar como um incêndio, 70% das vacinas contra COVID-19 foram distribuídas para as dez maiores economias do mundo, e os países mais pobres receberam apenas 0,8%, segundo dados da ONU, que classificou a discrepância como “não apenas injusta”, mas também uma ameaça para todo o planeta.
Para encerrar este ciclo, a Organização destacou que pelo menos 70% da população em cada país deve ser imunizada, meta que a estratégia de vacinas da ONU visa atingir até meados de 2022. O objetivo exige pelo menos 11 bilhões de doses de vacina e é possível de ser realizado, desde que recursos suficientes sejam colocados na distribuição.
“Um surto em qualquer lugar é uma potencial pandemia em outra parte. Neste Dia Internacional de Preparação Epidemiológica, vamos dar a este problema o foco, a atenção e o investimento que merece”, apelou Guterres.