70% dos trabalhadores de saúde no mundo são mulheres; as mulheres fazem três vezes mais trabalho não remunerado de prestação de cuidados do que os homens. No ritmo atual, a igualdade de gênero nos cargos mais altos do poder levará 130 anos; nas Nações Unidas, metade de todos os funcionários de alto nível são mulheres.
No Dia Internacional da Mulher, celebramos mulheres e meninas em todos os lugares.
Celebramos os seus contributos para acabar com a pandemia da COVID-19.
As suas ideias, inovações e ativismo que estão a mudar o mundo para melhor.
E a sua liderança em todos os setores.
Mas também reconhecemos que em muitas áreas, o relógio dos direitos das mulheres está a atrasar.
A pandemia manteve muitas meninas e mulheres fora da escola e do trabalho.
Enfrentam o aumento da pobreza e o aumento da violência.
Fazem a grande maioria do trabalho não remunerado de prestação de cuidados , mas essencial para o mundo.
São alvos de violência e de abuso, só por causa do seu gênero.
Em todos os países, as mulheres estão escandalosamente sub-representadas nos corredores do poder e nas salas de reuniões das empresas.
E como o tema deste ano nos lembra, elas carregam o peso das mudanças climáticas e da degradação ambiental.
A partir de agora, no Dia Internacional da Mulher, é hora de adiantar o relógio para todas as mulheres e meninas.
Garantindo educação de qualidade para todas as meninas, para que possam construir a vida que desejam e ajudar a tornar o mundo um lugar melhor para todos nós.
Através de investimentos significativos na formação das mulheres e de trabalho digno.
Através de ações efetivas para acabar com a violência de gênero.
Através de ações ousadas para proteger o nosso planeta.
Através de cuidados universais totalmente integrados nos sistemas de proteção social.
E através de medidas direcionadas, como cotas de gênero, para que todos possamos beneficiar das ideias, experiência e liderança das mulheres em todos os lugares onde há tomada de decisões.
A desigualdade de gênero é essencialmente uma questão de poder, num mundo dominado por homens e numa cultura dominada por homens. As relações de poder devem ser invertidas.
Nas Nações Unidas, alcançamos a paridade de gênero nos cargos diretivos na sede e em todo o mundo — melhorando o nosso trabalho e representando melhor as comunidades que servimos.
Precisamos de mais mulheres ministras do Ambiente, líderes empresariais e presidentes e primeiras-ministras. Elas podem pressionar os países a enfrentar a crise climática, criar empregos verdes e construir um mundo mais justo e sustentável.
Não podemos sair da pandemia com o relógio a girar para trás na igualdade de gênero.
Precisamos de avançar o relógio dos direitos das mulheres.
Chegou a hora.