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Na Ucrânia, Guterres reforça meta de ajuda a 8,7 milhões de pessoas

29 abril 2022

Após visitar a capital da Ucrânia e outras três cidades bombardeadas, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que os planos da organização incluem dobrar o atendimento humanitário no país até o fim de agosto, atingindo 8,7 milhões de pessoas. 

Outro objetivo das Nações Unidas é distribuir cerca de US$ 100 milhões por mês, alcançando 1,3 milhão de pessoas até o final de maio.

Guterres conversou com o presidente Volodymyr Zelensky e reforçou os trabalhos de estabelecimento de um plano de evacuação para Mariupol, fruto de sua reunião com o presidente russo Vladimir Putin dois dias antes. 

 


O secretário-geral visita Irpin, cidade que de acordo com o Centro de Satélites das Nações Unidas, foi 71% destruída.
Legenda: O secretário-geral visita Irpin, cidade que de acordo com o Centro de Satélites das Nações Unidas, foi 71% destruída.
Foto: © Eskinder Debebe/UN Photo

Na última quinta-feira (28), o secretário-geral das Nações Unidas visitou a capital da Ucrânia, Kyiv, onde conversou com o presidente Volodymyr Zelensky. Em uma coletiva de imprensa após o encontro, o secretário disse que “o Conselho de Segurança falhou em fazer todo o possível para evitar e acabar com esta guerra” e afirmou que isso é motivo para “um grande desapontamento, frustração e raiva”.

No entanto, o mandatário da ONU também ressaltou o trabalho que 1,4 mil funcionários das Nações Unidas no país, a maioria ucranianos, estão desempenhando para atender as 3,4 milhões de pessoas que receberam ajuda humanitária nos últimos meses. Guterres ainda afirmou que a meta é mais que dobrar este total de atendimento até o fim de agosto, atingindo 8,7 milhões de pessoas. Outro foco das operações é a assistência em dinheiro, com a distribuição de cerca de US$ 100 milhões por mês, com o objetivo de alcançar 1,3 milhão de pessoas até o final de maio e cobrir dois milhões até agosto.

“Estou aqui para focar em maneiras de como a ONU pode expandir o apoio ao povo da Ucrânia, salvando vidas,  reduzindo o sofrimento e ajudando a encontrar o caminho da paz ”, disse Guterres aos repórteres. “Também sei que palavras de solidariedade não são suficientes. Estou aqui para focar nas necessidades e aumentar as operações em terreno”, acrescentou.

Mariupol - Guterres lembrou que em seu encontro com o presidente Vladimir Putin em Moscou, na terça-feira (26), houve um acordo “em princípio” para envolver a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha para ajudar na evacuação de civis da cidade portuária de Mariupol. “Hoje, o presidente Zelensky e eu tivemos a oportunidade de abordar essa questão”, disse ele, acrescentando que ao mesmo tempo em que se dava a coletiva de imprensa, aconteciam “discussões intensas” para avançar nessa proposta e torná-la realidade. 

“Mariupol é uma crise dentro de uma crise. Milhares de civis precisam de assistência para salvar vidas. Muitos são idosos, precisam de cuidados médicos ou têm mobilidade limitada. Eles precisam de uma rota de fuga para fora do apocalipse”, afirmou.

Chocado - Além da capital, Guterres visitou as cidades bombardeadas de Borodyanka, Bucha e Irpin e disse ter ficado chocado com as imagens de horror. Em Bucha, o líder da ONU visitou um local no qual havia uma vala comum onde centenas de pessoas foram enterradas por familiares e vizinhos. 

Em Irpin, o chefe da ONU visitou um complexo residencial destruído e afirmou que o “cenário horrível demonstra algo que infelizmente é sempre verdade: os civis sempre pagam o preço mais alto”. De acordo com o Centro de Satélites das Nações Unidas, 71% de Irpin foi destruída.

Após a visita ele voltou a afirmar que é de extrema importância abrir investigações sobre a ofensiva à Ucrânia, reforçando seu apoio ao trabalho do Tribunal Penal Internacional (TPI) e fez um apelo para que a Rússia coopere com as investigações.

Desde 2 de março, após o encaminhamento de um pedido de 43 Estados-membros, o promotor do TPI, Karim Khan conduz uma investigação sobre possíveis crimes de guerra e contra a humanidade neste caso.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

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