OMS abre consulta para mudar nome da varíola dos macacos
15 agosto 2022
Um grupo de especialistas foi convocado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliar mudanças no nome da doença causada pelo vírus monkeypox, hoje conhecida como varíola dos macacos. A medida é uma forma de evitar ofensas a qualquer grupo cultural, social, nacional, regional, profissional ou étnico e minimizar possíveis impactos negativos no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal.
A OMS anunciou uma das decisões do grupo na última sexta-feira (12). A partir de agora, as variantes da doença deverão ser nomeadas utilizando algarismos romanos e letras minúsculas para subvariantes. Assim sendo, passa a valer imediatamente a nomenclatura IIb para referir-se a variante predominante do vírus no atual surto global.
Uma consulta pública para a mudança do nome da doença também está aberta no site da OMS. Qualquer pessoa pode registrar uma sugestão online.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou um grupo de especialistas, para avaliar a mudança do nome da doença causada pelo vírus monkeypox, conhecida atualmente como varíola dos macacos. Após o aumento da incidência de casos globalmente, a OMS declarou a doença uma emergência de saúde pública de importância internacional.
Segundo a agência da ONU, o esforço faz parte de um trabalho contínuo para alinhar nomes da doença, vírus e variantes com as melhores práticas atuais. Atualmente, a recomendação é nomear vírus recém-identificados, doenças relacionadas e variantes de forma que evite “ofender qualquer grupo cultural, social, nacional, regional, profissional ou étnico” e minimizar qualquer impacto negativo no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal.
O vírus da varíola dos macacos foi descoberto em 1958, antes de regras e práticas para definir nomenclaturas serem adotadas. As principais variantes recebiam os nomes com base nas regiões geográficas onde o vírus circulava.
Para alterar este cenário, na última sexta-feira (12) a OMS anunciou a decisão do grupo de especialistas em nomear as variantes do vírus monkeypox usando algarismos romanos. Assim, a antiga cepa da Bacia do Congo, na África Central, será variante um (I) e a antiga cepa da África Ocidental será variante dois (II).
Para o tipo II, que possui duas subvariantes, será adotado a inclusão de uma letra minúscula. Dessa forma, a nova convenção de nomenclatura compreende variantes I, IIa e IIb. A nomeação das linhagens será proposta pelos cientistas à medida que o surto evoluir.
A cepa IIb é referente ao grupo de variantes que circulam amplamente no surto global de 2022.
Os novos nomes para as variantes devem entrar em vigor imediatamente.
Nome da doença - Para alterar o nome da varíola dos macacos e evitar estigmatização ou violência contra animais, a agência da ONU está realizando uma consulta pública para um novo nome para a doença. Qualquer pessoa pode propor sugestões online clicando em propostas para CID-11 (em inglês).
A atribuição de novos nomes a doenças existentes é responsabilidade da OMS, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças e a Família de Classificações Internacionais Relacionadas à Saúde da OMS.
Já para os vírus, a nomeação das espécies é de responsabilidade do Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus, que tem um processo em andamento para o nome do vírus da varíola dos macacos.
Por fim, a nomenclatura das variantes para doenças existentes é normalmente o resultado de debate entre cientistas.
Consenso- Para acelerar o acordo por conta do atual surto, a OMS convocou uma reunião em 8 de agosto para permitir que virologistas e especialistas em saúde pública chegassem a um consenso sobre a nova terminologia mais rapidamente.
Especialistas em varíola, biologia evolutiva e representantes de institutos de pesquisa de todo o mundo revisaram a evolução e a nomenclatura de variantes conhecidas e novas do vírus monkeypox.
Eles discutiram as características e a evolução das variantes do vírus da varíola dos macacos, suas aparentes diferenças e possíveis consequências para a saúde pública e futuras pesquisas virológicas e evolutivas.