Relatório da OPAS mostra progresso das Américas contra o tabagismo
16 agosto 2022
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apresentou nesta segunda-feira (15) o “Relatório sobre o Controle de Tabaco para a Região das Américas 2022”, que mostrou progresso na luta contra o tabagismo na região.
De acordo com o documento, 26 dos 35 países das Américas já atingiram o nível mais alto de aplicação de pelo menos uma das seis medidas de controle do tabaco recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O progresso, no entanto, não tem sido uniforme. A lentidão de alguns países em adotarem medidas como o aumento de impostos sobre o produto são um dos pontos divergentes destacados no documento.
Nas Américas, cerca de 900 milhões de pessoas estão atualmente protegidas por pelo menos uma das seis medidas de controle do tabaco recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O número equivale a 96% da população do continente e é 50% a mais do que em 2007. No entanto, o progresso não tem sido uniforme.
As informações são do “Relatório sobre o Controle de Tabaco para a Região das Américas 2022” da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), apresentado nesta segunda-feira (15). De acordo com o documento, 26 dos 35 países da região atingiram o nível mais alto de aplicação de pelo menos uma das medidas, mas em outras, como o aumento dos impostos sobre o tabaco, observa-se um avanço mais lento. Nove países ainda não adotaram nenhuma medida.
“O tabaco causa quase um milhão de mortes por ano na região e é o único produto de consumo legal que mata até metade dos que o consomem”, destacou o diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS, Anselm Hennis. “Diante dessa enorme ameaça, a resposta deve ser igualmente agressiva. As medidas de controle de tabaco funcionam e devemos avançar mais rapidamente na aplicação de todas elas.”
Assim, o relatório mostra que, atualmente, de 35 países das Américas, 24 aplicam medidas de proteção contra a exposição ao fumo passivo do tabaco; 22 usam advertências sanitárias gráficas grandes sobre os perigos de fumar em embalagens de produtos de tabaco; dez possuem sistemas de vigilância com dados recentes, periódicos e representativos sobre o uso de tabaco entre adultos e jovens; seis oferecem um sistema abrangente para ajudar as pessoas a pararem de fumar; nove estabelecem proibições totais de publicidade, promoção e patrocínio; e somente três aplicam impostos indiretos a cigarros, que representam 75% ou mais de seu preço de venda no varejo.
Redução de consumo - Os avanços na aplicação dessas seis medidas, conhecidas como MPOWER e instituídas pela OMS em 2008, contribuíram para a redução do número de consumidores, que caiu de 28% da população da região em 2000 para 16,3% em 2020, a segunda menor prevalência no mundo.
Além disso, em 2020, a América do Sul se tornou a primeira sub-região livre de fumo nas Américas, ou seja, onde é absolutamente proibido fumar em locais públicos, ambientes de trabalho fechados e no transporte público.
O tabagismo é o principal fator de risco para seis das oito principais causas de morte no mundo, bem como para as quatro doenças crônicas não transmissíveis mais evitáveis e prevalentes: doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e enfermidades respiratórias crônicas. Todas as formas de tabaco são prejudiciais à saúde e não há nível seguro de exposição.
Novos produtos - O relatório da OPAS adverte que produtos novos e emergentes de tabaco e nicotina, como cigarros eletrônicos, estão cada vez mais disponíveis e acessíveis, representando uma ameaça ao controle do tabaco. Alerta, também, que a indústria do tabaco usa alegações enganosas para conquistar consumidores e novos mercados.
A OPAS/OMS recomenda que os governos estabeleçam regulamentações para evitar que não fumantes comecem a usar esses produtos, evitar que o uso do tabaco volte a ser normal na sociedade e proteger as gerações futuras.
Atualmente, a venda de sistemas eletrônicos de entrega de nicotina é proibida em sete países das Américas. Cinco deles e outros 13 tomaram algumas medidas parciais para proibir seu uso, limitar sua publicidade, promoção e patrocínio ou exigir advertências sanitárias em suas embalagens. Quinze outros não possuem nenhum tipo de marco regulatório.