Especialistas pedem libertação de vencedor do Nobel da Paz em Belarus
11 outubro 2022
Um grupo independente de três especialistas em direitos humanos publicou um comunicado pedindo a libertação do vencedor do Prêmio Nobel da Paz deste ano, Ales Bialiatski, que atualmente está preso em Belarus.
Bialiatski, fundador do grupo Viasna, foi preso em 2011 e novamente em 2021. Ele está sendo mantido em cárcere sem ser indiciado por crime algum.
O grupo reunido pelas Nações Unidas argumentou que a prisão do ativista seria uma ação política para silenciar os defensores de direitos humanos no país e erradicar o espaço civil para manifestações.
Um grupo independente* de especialistas em direitos humanos reunido pelas Nações Unidas pediu que o ganhador do Prêmio Nobel da Paz deste ano seja libertado da prisão em Belarus. Ales Bialiatski, fundador do grupo de direitos humanos Viasna (primavera, em tradução livre), recebeu o prêmio de 2022 pelo seu “trabalho destemido em promover os direitos humanos no país”, segundo o anúncio do Comitê do Nobel.
Bialiatski foi preso em 2011 pela primeira vez, 15 anos após fundar a organização Viasna. No ano passado ele voltou a ser detido e permanece em cárcere sem qualquer indiciamento. Muitos de seus colegas também estão atrás das grades.
No comunicado, as três especialistas independentes criticam o que chamam de uma “séria lacuna de prestação de contas por grandes violações de direitos humanos em Belarus” e enaltecem a solidariedade da comunidade internacional, bem como todos os esforços feitos em busca de justiça para os envolvidos.
As três relatoras expressaram suas preocupações com a detenção arbitrária de Bialiatski, em 14 de julho de 2021, classificando a prisão como uma política para silenciar os defensores de direitos humanos no país e erradicar o espaço civil para manifestações.
O grupo também lembrou às autoridades da Belarus sobre as obrigações que o país tem com os direitos humanos e pediu a libertação de todos os defensores detidos por motivos políticos.
Sentença - Elas expressaram tristeza com a continuação da prisão de Bialiatski e com as novas acusações que incluem a possibilidade de sentença de até 12 anos.
As relatoras concluíram o comunicado dizendo que as longas sentenças dadas a defensores de direitos humanos simbolizam o abuso do sistema judiciário e da impunidade com que as autoridades agem em Belarus.
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.