ONU Brasil celebra Dia dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro

O futuro dos direitos humanos no Brasil depende do que estamos fazendo agora. As palavras de Carlos Marra, produtor cultural na Favela da Maré e conselheiro tutelar em Bonsucesso, resumem o evento da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil e da ONG Voz das Comunidades no último sábado, marcando o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro.

Em roda de conversa mediada por Rene Silva, fundador do jornal Voz da Comunidade, Carlos relatou os desafios da comunidade onde vive, que passa longos períodos sem abastecimento de água, e defendeu a participação popular nas discussões orçamentárias, para que as pessoas tenham poder de decisão nas políticas públicas.

Renê leu o artigo 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (*), que fala justamente da igualdade de direitos de todos, independente de raça, cor, sexo ou condição social. Mayara Donaria, profissional de comunicação e do Instituto Marielle Franco, contou diversos desafios diários da comunidade, como o caso do seu Antônio, que deu a casa dele como garantia para que a água chegasse ao Parque União, no Complexo da Maré.

Aisha Sayuri, assistente de Direitos Humanos no Alto Comissariado das Nações Unidas de Direitos Humanos (ACNUDH), falou como é importante que mulheres e pessoas negras tomem lugares de decisão para ampliar sua visibilidade. “Precisamos de um trabalho coletivo e feito nos lugares, como aqui (sede da Voz das Comunidades), para que todas as pessoas possam participar: pessoas negras, trans, mulheres, sem discriminação”, pontuou.

O evento contou com uma performance do coletivo Na ponta dos pés sobre violência contra mulher e apresentação musical do projeto Talentos do morro, ambos do Complexo do Alemão. A atividade foi organizada pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) em parceria com a ONG Voz das Comunidades e o ACNUDH, marcando o início das comemorações dos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que ocorre em 2023.

(*) 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.