Notícias

Planejar a infraestrutura é um caminho para a sustentabilidade

12 setembro 2023

O UNOPS participou de dois eventos - Connected Smart Cities 2023 e XX Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas - para falar sobre a importância do planejamento em projetos de infraestrutura.

Nas duas ocasiões, foram apresentados dados sobre o papel da infraestrutura para redução de desigualdades, com defesa de que as iniciativas sejam focadas nas pessoas e que considerem suas múltiplas diversidades e necessidades.

Patrícia Valente: mudanças climáticas também demandam um novo olhar sobre o tema.
Legenda: Patrícia Valente: mudanças climáticas também demandam um novo olhar sobre o tema.
Foto: © IBRAOP/Divulgação.

O planejamento em infraestrutura é fundamental para lidar com a mudança climática e buscar a sustentabilidade a longo prazo, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Essa foi a tônica da apresentação do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) na abertura do XX Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas (SINAOP), evento que reúne auditores e auditoras de tribunais de contas de todo o país ao longo desta semana em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

O UNOPS esteve representado pela especialista em regulação Patrícia Valente. Ela trouxe à plateia dados de um estudo do UNOPS feito em parceria com a Universidade de Oxford: 79% de todas as emissões de gases de efeito estufa vêm da infraestrutura, que também será responsável por 88% de todos os custos de adaptação - números que se tornam ainda mais significativos quando se considera o gargalo do setor na América Latina e no Caribe.

Patrícia frisou que o cenário exige ainda mais esforços para transparência e governança, de modo a maximizar a utilização dos recursos públicos, um tema que também já foi destacado em artigo publicado pelo Diretor Executivo do UNOPS, Jorge Moreira da Silva. A especialista também apontou que os projetos devem ter as pessoas e suas necessidades como foco, levando em conta, ainda, as muitas diversidades existentes na população. Ela explicou que: 

“Muitas obras no Brasil acabam sendo paralisadas por conta de um planejamento inadequado. E, em várias situações, isso ocorre pela falta de escuta das comunidades do entorno e/ou que serão beneficiadas pelo ativo de infraestrutura. Garantir processos de participação e compreender a realidade das pessoas ajuda a evitar esse problema e, consequentemente, a fazer um melhor investimento dos recursos, sempre tão escassos." 

Como exemplo de boa iniciativa, a advogada falou sobre o QualiREG, o Programa de Aprimoramento da Qualidade da Regulação Brasileira, projeto da Controladoria-Geral da União em parceria com o UNOPS e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Desde 2019, 42 agências reguladoras (boa parte delas voltadas para a área de saneamento) já passaram pelo programa, tendo acesso a um diagnóstico sobre sua maturidade institucional e a consultorias personalizadas para melhoria de processos. 

PPPs com foco em pessoas

Isadora (segunda da esq. para a direita) falou sobre nova abordagem no tema.
Legenda: Isadora (segunda da esq. para a direita) falou sobre nova abordagem no tema.
Foto: © Isadora (segunda da esq. para a direita) falou sobre nova abordagem no tema.

Ainda na temática do planejamento, o UNOPS esteve, na semana passada, no Connected Smart Cities 2023, em um painel que tratou do tema no contexto de cidades sustentáveis e tecnológicas. A coordenadora de Parcerias Público-Privadas (PPPs) do UNOPS, Isadora Schetinger, trouxe para o debate a abordagem de "People First PPPs", estabelecida pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE). Ela destacou que:

“As PPPs têm vantagens com relação a modelos tradicionais de contratação, mas fazer PPP por si só não é suficiente, pois a modelagem usualmente é focada nos ganhos financeiros. Com essa nova abordagem, a estruturação de projetos de infraestrutura coloca as pessoas no centro das iniciativas, principalmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade econômica e social. Afinal, para que uma cidade seja efetivamente inteligente, é preciso ir além das inovações e da conectividade e garantir que isso de fato esteja a serviço das pessoas.”

 

UNOPS

Carolina Vicentin

UNOPS
Assessora de Comunicação

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNOPS
Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa