Coletiva de imprensa do secretário-geral sobre a 78ª Assembleia Geral da ONU
14 setembro 2023
Conferência de imprensa do secretário-geral antes da 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Prezados membros da imprensa, é um prazer estar com vocês novamente.
Agora que vocês estão se preparando para a Semana de Alto Nível da Assembleia Geral, permitam-me começar com as notícias muito tristes e trágicos acontecimentos no Norte da África.
Quero expressar minhas mais profundas condolências e minha total solidariedade a todos aqueles afetados pelo devastador terremoto no Marrocos e pelas inundações massivas na Líbia. Esses desastres de partir o coração ceifaram milhares de vidas e afetaram inúmeras famílias e comunidades.
As Nações Unidas estão se mobilizando para apoiar os esforços de socorro, e trabalharemos de todas as maneiras possíveis com parceiros para levar assistência de emergência a quem tanto precisa.
Nos últimos dias, participei de várias reuniões de diferentes grupos de líderes mundiais:
Em Nairóbi, para focar em soluções climáticas na África.
Em Jacarta, para reforçar nossa parceria com nações do Sudeste Asiático.
Em Nova Déli, para a cúpula de líderes do G-20.
E, amanhã em Havana, para me encontrar com líderes do G-77 e China.
Mas na próxima semana começa o maior G de todos - o G-193 - a Semana de Alto Nível da Assembleia Geral. É um momento único a cada ano para líderes de todos os cantos do globo não apenas avaliarem o estado do mundo, mas também agirem pelo bem comum.
Ação é o que o mundo precisa agora.
Nos reuniremos em um momento em que a humanidade enfrenta desafios enormes - desde o agravamento da emergência climática à escalada dos conflitos, a crise global do custo de vida, desigualdades crescentes e transformações tecnológicas dramáticas.
As pessoas buscam nos seus líderes uma saída para múltiplas crises.
No entanto, diante de tudo isso e muito mais, divisões geopolíticas estão minando nossa capacidade de resposta.
Um mundo multipolar está emergindo.
A multipolaridade pode ser um fator de equilíbrio.
Mas também pode conduzir a uma escalada de tensões, à fragmentação e a situações piores.
Portanto, para unir nosso mundo multipolar, precisamos de instituições multilaterais fortes e reformadas, fundamentadas na Carta das Nações Unidas e no direito internacional.
As instituições multilaterais de hoje, criadas após a Segunda Guerra Mundial, refletem as dinâmicas de poder e econômicas daquela época e, portanto, precisam de reformas.
Eu sei que a reforma é fundamentalmente sobre o poder, e obviamente existem muitos interesses e agendas concorrentes em nosso mundo cada vez mais multipolar.
Mas, em um momento em que nossos desafios estão mais interconectados do que nunca, o resultado de um jogo de soma zero é que todos saem prejudicados.
Eu entrarei em mais detalhes em meu discurso à Assembleia Geral na terça-feira (19).
Sobre questões cruciais de financiamento e investimentos para o desenvolvimento.
Sobre desafios e pontos críticos sobre saúde, e uma série de outras questões.
Meu apelo aos líderes mundiais será claro:
Este não é um momento para posturas ou posicionamentos.
Este não é um momento para indiferença ou indecisão.
Este é um momento de se unir em busca de soluções reais e práticas.
É hora de fazer concessões por um amanhã melhor.
A política é feita de concessões.
A diplomacia é feita de concessões.
A liderança eficaz é feita de concessões.
Se quisermos um futuro de paz e prosperidade baseado na equidade e solidariedade, os líderes têm uma responsabilidade especial de alcançar compromissos na elaboração de nosso futuro comum para o bem comum.
A próxima semana, aqui em Nova Iorque, é o momento para começar.