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UNAIDS apoia ONGs de Porto Alegre na atenção de emergência a pessoas vivendo com HIV/AIDS

24 maio 2024

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS anunciou nesta sexta (24) apoio a duas ONGs de Porto Alegre que acolhem pessoas vivendo com HIV/AIDS. 

As operações das organizações beneficiadas foram fortemente afetadas pelo desastre climático no Rio Grande do Sul.

As organizações apoiadas pelo UNAIDS estão atuando na linha de frente do apoio humanitário de emergência e desenvolverão um plano para abordar o tema da saúde mental com as pessoas e famílias afetadas. 


Muitas das pessoas e famílias atendidas pelas ONGs perderam seus locais de moradia e, dada a situação de extrema vulnerabilidade em que se encontram, têm limitada sua capacidade de acessar os medicamentos de uso contínuo, como os antirretrovirais (TARV), para controle do HIV.

Legenda: Muitas das pessoas e famílias atendidas pelas ONGs perderam seus locais de moradia e, dada a situação de extrema vulnerabilidade em que se encontram, têm limitada sua capacidade de acessar os medicamentos de uso contínuo, como os antirretrovirais (TARV), para controle do HIV.
Foto: © UNAIDS/Letícia Durlo.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) anunciou hoje o apoio a duas ONGs de Porto Alegre que acolhem pessoas vivendo com HIV/AIDS e que foram fortemente afetadas pelo desastre climático no Rio Grande do Sul. 

As ONGs "Somos - Comunicação, Saúde e Sexualidade" e "Casa Fonte Colombo" têm uma longa e reconhecida trajetória de atenção e atendimento a esta população, cuja vulnerabilidade foi ampliada em consequência do desastre ambiental. Ambas as organizações sofreram com a inundação de suas instalações, mas se adaptaram rapidamente, com o apoio de pessoas voluntárias, para seguir em operação.  

Muitas das pessoas e famílias atendidas pelas ONGs perderam seus locais de moradia e, dada a situação de extrema vulnerabilidade em que se encontram, têm limitada sua capacidade de acessar os medicamentos de uso contínuo, como os antirretrovirais (TARV), para controle do HIV. Também precisam lidar com dificuldades logísticas para fazer o acompanhamento médico ou acessar recursos de prevenção do HIV, como a Profilaxia pré-exposição (PrEP) e Profilaxia pós-exposição (PEP). 

Neste contexto, além do apoio humanitário de emergência, as organizações apoiadas pelo UNAIDS identificaram a urgência de trabalhar o tema da saúde mental com as pessoas e famílias afetadas, diante do enorme desafio de reconstrução que terão pela frente. 


As organizações apoiadas pelo UNAIDS sofreram com a inundação de suas instalações, mas se adaptaram rapidamente, com o apoio de pessoas voluntárias, para seguir em operação.

Legenda: As organizações apoiadas pelo UNAIDS sofreram com a inundação de suas instalações, mas se adaptaram rapidamente, com o apoio de pessoas voluntárias, para seguir em operação.
Foto: © UNAIDS/Letícia Durlo

Atenção psicossocial em abrigos de Porto Alegre 

O projeto da ONG Somos busca dar apoio emergencial em atendimento psicossocial para pessoas LGBTQIA+ e vivendo com HIV/AIDS, por meio de grupos fixos de pessoas voluntárias que circularão por 15 abrigos na região metropolitana de Porto Alegre. 

Nessas visitas, será feita busca ativa de pessoas LGBTQIA+ (com foco em travestis e pessoas trans) e pessoas vivendo com HIV/AIDS, proporcionando atendimento especializado. Também haverá um diálogo com as equipes atuando nos abrigos, voluntárias ou não, para responder a dúvidas e melhorar o atendimento nos temas de gênero, sexualidade e HIV/AIDS. 

"Como parte do projeto apoiado pelo UNAIDS, vamos produzir um guia emergencial com informações necessárias para o bom atendimento dessas duas populações em situações de emergência humanitária, para ser distribuído no maior número de abrigos possível", diz o presidente da ONG Somos, Caio Klein.

"Também vamos disponibilizar vales-transporte de ida e volta, para viabilizar o acesso de pessoas LGBTI+ e vivendo com HIV/AIDS em maior vulnerabilidade a serviços de saúde, assistência e justiça que estejam distantes dos abrigos".

Atendimento terapêutico e ajuda humanitária 

A ONG Casa Fonte Colombo, por sua vez, vai oferecer espaço de atenção terapêutica, individual e em grupo, para as 140 famílias de pessoas vivendo com HIV/AIDS atendidas pela organização. Segundo levantamento interno, 15 dessas famílias foram fortemente afetadas, com suas casas tomadas pela enchente. Para estas famílias, será ofertada uma ajuda humanitária de emergência composta por um "kit casa", com roupas de cama e banho, utensílios de cozinha e material de limpeza, além de cestas de alimentos. 

"Junto com a participação nos grupos terapêuticos, vamos acompanhar a adesão ao tratamento do HIV, conferindo a situação dos exames de carga viral, o atendimento às datas de consultas agendadas e a retirada dos medicamentos nas unidades de saúde. A continuidade do tratamento do HIV é uma condição para o recebimento do kit casa e cesta de alimentos", explica o coordenador da Casa Fonte Colombo, Frei José Bernardi. 

"A questão não é puramente prestar ajuda humanitária, mas realmente garantir que estas pessoas e famílias vivendo com HIV mantenham sua saúde, mesmo em uma situação tão difícil como a que vivemos no Rio Grande do Sul".

A ONU garantindo que ninguém fique para trás 

A diretora e representante do UNAIDS no Brasil, Claudia Velasquez, destaca que o trauma e o estresse provocados pelo desastre ambiental impactam fortemente a saúde mental de todas as pessoas afetadas e é amplificado para quem vive com HIV/AIDS, aumentando o impacto da depressão e ansiedade. A insegurança alimentar e a desnutrição resultantes da interrupção das cadeias de suprimentos alimentares são ameaças adicionais ao bem-estar e à saúde imunológica, intensificando os desafios enfrentados por quem está vivendo com HIV/AIDS e outras IST. 

"As enchentes no Rio Grande do Sul destacam a importância crítica de garantir a continuidade do tratamento do HIV/AIDS de todas as pessoas, mesmo em meio a situações emergenciais", diz Claudia Velasquez.

"A ação coordenada de todos os níveis de governo, junto com ONGs, empresas e a comunidade internacional, e especialmente com as organizações e voluntariado local, é fundamental para certificar o apoio imediato às comunidades e populações afetadas, garantindo que ninguém fique para trás".

Contato para imprensa: 

Renato Guimarães, UNAIDS: depaivaguimaraesr@unaids.org  

Mais informações: 

Sobre a Casa Fonte Colombo 

A Casa Fonte Colombo foi fundada em 1999 e é mantida pela Associação Literária São Boaventura dos Frades Menores Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Dedica-se à prevenção, acompanhamento, reestruturação dos laços familiares e reinserção social de pessoas vivendo com HIV/AIDS, com foco nas populações em maior vulnerabilidade e com dificuldade de acesso e vinculação aos serviços de saúde. Atualmente, a organização atende diretamente 140 famílias. A sede da organização, localizada no bairro Floresta, em Porto Alegre, foi afetada diretamente pela inundação, mas foi possível continuar usando o segundo andar, de forma a não interromper totalmente os serviços prestados. 

Sobre a Somos – Comunicação, Saúde e Sexualidade 

A ONG Somos – Comunicação, Saúde e Sexualidade, localizada em Porto Alegre, se dedica ao tema dos direitos humanos, com foco em direitos sexuais e reprodutivos. Foi fundada em 2001 por ativistas da luta contra a AIDS e do movimento LGBTI+ e oferece apoio social, jurídico, psicológico e educativo gratuito para pessoas LGBTQIA+ e vivendo com HIV/AIDS, além de realizar ações de prevenção de IST/HIV/AIDS e capacitação profissional. A organização foi selecionada este ano para receber recursos do Edital Fast-Track Cities, implementado pelo UNAIDS com recursos doados pela Estée Lauder Foundation. Devido à emergência humanitária, o foco inicial do projeto foi revisto e adaptado para o atendimento que será feito agora. 

Sobre o UNAIDS 

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) lidera e inspira o mundo a alcançar sua visão compartilhada de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à AIDS. O UNAIDS une os esforços de 11 organizações da ONU – ACNUR, UNICEF, PMA, PNUD, UNFPA, UNODC, ONU Mulheres, OIT, UNESCO, OMS e Banco Mundial – e trabalha em estreita colaboração com parcerias globais e nacionais para acabar com a epidemia de AIDS como ameaça à saúde pública até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Saiba mais em unaids.org.br e conecte-se conosco no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube. 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNAIDS
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa