Brasil, Chile e países do Caribe apóiam Cúpula Mundial da Alimentação
24 março 2009
Diretor-geral da FAO clama por nova ordem agrícola mundial
Roma, Itália – Os chefes de Governo dos países da Comunidade do Caribe (Caricom), e os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Michelle Bachelet, apóiam a proposta do diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, de realizar uma Cúpula Mundial da Alimentação em novembro, em Roma, durante a 36ª Sessão da Conferência da FAO.
O anúncio foi feito após visitas realizadas por Diouf ao Chile e Brasil, onde o diretor-geral se reuniu com Bachelet e Lula, e ao Belize, onde participou da 20ª Reunião Intersessional de Chefes de Governo do Caricom.
Durante reunião no dia sete de março, a presidenta Michelle Bachelet indicou seu apoio à realização da Cúpula Mundial de Chefes de Estado e de Governo sobre Segurança Alimentar e sua intenção de participar do encontro.
Em encontro no dia nove de março, o presidente Lula também manifestou a Diouf seu apoio à cúpula e intenção de participar nela.
No dia 13 de março, os chefes de Governo do Caricom também entregaram seu total apoio à realização da Cúpula.
Anteriormente, a proposta da FAO já tinha sido apoiada pelos chefes de Estado e de Governo da Liga Árabe durante a Cúpula Árabe sobre Desenvolvimento Socioeconômico, realizada em janeiro no Kuwait, e da União Africana, que se reuniram para a 12ª Sessão Ordinária de sua Assembléia em Adis Abeba no início de fevereiro. Vários outros chefes de Estado e de Governo também já se comprometeram a apoiar e participar da cúpula.
A Cúpula de 2009: do consenso à ação
O diretor-geral ressaltou que a Cúpula alcançaria resultados tangíveis assegurando um amplo consenso sobre a completa e rápida erradicação da fome e criando uma nova ordem alimentar mundial.
“A cúpula deveria levar a uma maior coerência na estrutura de governança global da segurança alimentar mundial. Ela definirá como podemos melhorar as políticas e os aspectos estruturais do sistema agrícola internacional impulsionando soluções políticas, financeiras e técnicas duradouras para o problema da insegurança alimentar”, disse Diouf.
A situação de insegurança alimentar no mundo é insuportável. De acordo a um documento recente da FAO, o total de pessoas subnutridas no mundo alcançou 963 milhões em 2008, quase um bilhão de seres humanos ou 15% da população mundial. A atual crise financeira e econômica poderia empurrar ainda mais pessoas à fome e à pobreza se decisões urgentes e medidas corajosas não forem tomadas.
O diretor-geral da FAO tem feito reiterados chamados para que a comunidade internacional seja mais ativa no cumprimento de sua promessa de combater a fome, desenhando uma nova ordem agrícola e mobilizando US$30 bilhões por ano para investir em infra-estrutura rural e promover a produção agrícola e a produtividade nos países em desenvolvimento. “É o único caminho para erradicarmos a fome e alimentar uma população mundial que chegará a nove bilhões em 2050”, ressaltou Diouf.
Uma vida decente para agricultores
Diouf insistiu que “era necessário criar um novo sistema de governança da segurança alimentar mundial” após o fracasso do sistema atual.
“Precisamos ser inteligentes e inovadores para criar políticas de desenvolvimento agrícolas e regras e mecanismos que assegurem não apenas um comércio internacional livre, mas também justo e, em particular, garantir a segurança alimentar para todos e oferecer aos agricultores, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, os meios para que eles possam ter uma vida digna”, disse o diretor-geral da FAO.
“Para continuar na atividade rural, os agricultores nos países desenvolvidos e em desenvolvimento deveriam ter uma renda comparável àquelas das pessoas empregadas nos setores secundários e terciários”, finalizou Diouf.
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