OMS alerta sobre epidemia de sarampo
14 novembro 2014

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na última quinta-feira (13) sobre o retrocesso na campanha de eliminação do sarampo devido principalmente aos surtos na China, na República Democrática do Congo e na Nigéria, bem como o reaparecimento do vírus na Europa.
Segundo o Relatório Epidemiológico Semanal da OMS e o Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o número de mortes causadas pelo vírus foi de 122 mil em 2012 e de 145,7 mil em 2013.
O representante do Departamento de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da OMS, Peter Strebel, disse que “o baixo sucesso na cobertura de vacinação contra o sarampo tem resultado em grandes surtos da doença altamente contagiosa, atrapalhando as metas de eliminação em 2015”.
Segundo Stebel, “os países precisam urgentemente priorizar a manutenção e a melhoria da cobertura de vacinação. A falha neste processo pode comprometer a dinâmica gerada por uma década de conquistas na redução da mortalidade por sarampo”.
Nos países em desenvolvimento, vacinar uma criança contra a doença custa cerca de 1 dólar, tornando a vacina contra o sarampo uma das melhores compras em saúde pública. Durante 2013, 205 milhões de crianças foram imunizadas contra o sarampo através de campanhas de grande escala em 34 países, incluindo Camboja, Cabo Verde, Gana, Jordânia, Senegal e Sudão.
Enquanto o aumento da doença em 2013 foi em grande parte devido a surtos na China, na República Democrática do Congo e na Nigéria, surtos consideráveis também foram relatados em outras partes do mundo, relatou a OMS.
Mais de 60% das 21,5 milhões de crianças que não foram vacinadas contra o sarampo aos nove meses de idade em 2013 são da Índia, Nigéria, Paquistão, Etiópia, Indonésia e República Democrática do Congo. Estes seis países concentram 70% das mortes globais por sarampo ocorridas no ano passado.
De acordo com a ficha técnica do sarampo da OMS, os surtos da doença podem ser mortais em países que sofrem ou estão em recuperação de catástrofes naturais ou situações de conflito. Danos à infraestrutura de saúde e à interrupção da vacinação de rotina, juntamente com a aglomeração nos campos de refugiados, aumentam o risco de infecção.
Segundo a OMS, não há um tratamento específico para o sarampo e a maioria das pessoas se recuperam após duas ou três semanas. Em crianças com desnutrição ou pessoas com a imunidade reduzida, a doença pode causar sérias complicações como cegueira, encefalite, pneumonia, infecção no ouvido e diarreia aguda.
