Distúrbios políticos prejudicam luta contra a cólera no Haiti
30 novembro 2010
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu uma rápida solução para a crise política no Haiti após o primeiro turno das eleições no país, alertando para o fato de que os problemas de segurança prejudicam os esforços para combater a epidemia de cólera.
“O Secretário-Geral está preocupado pelos incidentes que marcaram o primeiro turno das eleições presidenciais e legislativas no Haiti, no domingo (28/11)”, afirmou o porta-voz de Ban. “Ele espera uma solução para a crise política no país e exorta o povo haitiano e todos os atores políticos a manterem a calma, pois qualquer agravamento da situação de segurança terá um impacto imediato sobre os esforços para conter o curso da epidemia de cólera”.
De acordo com relatos da mídia, 12 dos 18 candidatos presidenciais contestaram as eleições e seus seguidores estão organizando protestos.
Enquanto isso, o número de casos e mortes por cólera continua aumentando, disse o Escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA). O norte do país continua sendo a área com o maior número de casos. Até o final da semana passado, o número de mortes havia chegado a mais de 1.600 pessoas, enquanto outras 50 mil foram infectadas, desde o início da epidemia em outubro. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que mais de 400 mil pessoas possam contrair a doença, metade destas nos próximos três meses.
Em Porto Príncipe, a capital, 50 bairros pobres, onde vivem cerca de um milhão de pessoas, são especialmente vulneráveis à cólera – que é transmitido através de alimentos e água contaminados – devido ao acesso precário à água potável, saneamento inadequado e alta densidade populacional.