Parceria entre FAO, UA e Instituto do ex-Presidente Lula busca combater a fome na África
22 novembro 2012
Foi assinada ontem (21) uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a União Africana (UA) e o Instituto Lula. A iniciativa visa unir esforços contra a fome e a desnutrição na África, e seu lançamento ocorreu em reunião na sede da UA em Adis Adeba, capital da Etiópia.
Durante o encontro, o ex-Presidente Lula, junto com o Diretor-Geral da FAO, José Graziano, e a Presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma, concordaram em construir e ampliar iniciativas de segurança alimentar, de diálogo e de partilha de conhecimentos entre os países para o combate à fome. Debateram também o reforço da participação das mulheres na agricultura e nos sistemas alimentares e o investimento nos jovens e crianças.
O ex-Presidente do Brasil enfatizou sua vontade de partilhar com a FAO e a União Africana as experiências brasileiras bem sucedidas no combate à fome e na distribuição de renda por meio de transferência de rendimentos e de desenvolvimento mais inclusivo. Ele também falou sobre o "milagre" necessário para aumentar a produção agrícola.
“O milagre está permitindo que as pessoas pobres tenham acesso ao crédito e à tecnologia”, disse Lula, acrescentando que, com mais crédito e tecnologia, os mais pobres vão produzir e se alimentar melhor, ter excedentes para venda e assim uma renda adicional para suas famílias.
De acordo com estatísticas da FAO, o número de pessoas subnutridas no continente africano tem aumentado constantemente desde o início de 1990, de 175 milhões para 239 milhões atualmente. Apesar dos dados negativos, Dlamini Zuma destacou o potencial agrícola da África, notando que 60% das terras aráveis do continente ainda não foram utilizadas.
Durante o encontro, os participantes concordaram em convocar uma reunião de alto nível com os líderes africanos e internacionais para realizar novas abordagens unificadas para acabar com a fome na África. O evento será realizado em Adis Abeba, em 4 e 5 de março de 2013.