Rumo à erradicação: 80% da população mundial vive em áreas onde a pólio faz parte do passado, diz OMS
27 março 2014
Com mais 11 países da Ásia sendo declarados como território livre da poliomielite, toda a região sudeste do continente, onde mora mais de 25% da população mundial, encontra-se livre da doença. A informação foi fornecida nesta quinta-feira (27) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e considerada um importante passo rumo à erradicação global da doença, já que agora 80% da população mundial vive em áreas onde casos da doença não foram mais detectados.
“Essa é uma vitória marcante para os milhões de profissionais da saúde que trabalharam em cooperação com governos, ONGs e órgãos internacionais para o fim da pólio na região”, celebrou a diretora regional da OMS no sudeste asiático, Poonam Singh.
Antes de uma região ser declarada livre da pólio várias condições devem ser satisfeitas: pelo menos três anos se nenhum caso confirmado; excelente vigilância laboratorial para poliovírus; capacidade de detectar, notificar e responder ao vírus "importado"; e garantia de confinamento seguro de poliovírus em laboratórios (introduzidas desde 2000).
Rede global de informações e laboratórios
Segundo a OMS, os programas de erradicação da doença fortaleceram a entrega de serviços de saúde a comunidades vulneráveis nas regiões mais remotas. Além da capacitação de agentes e civis, os programas investiram em uma rede global de informações e laboratórios capaz de abordar muitas outras doenças – como, mais recentemente, a gripe aviária.
“Agora que o programa conseguiu alcançar essas áreas”, disse Singh, “não há desculpas para não oferecer outros serviços cruciais de saúde, desde a garantia do parto seguro e de tratamentos para a tuberculose, até a prevenção da aids”.
Apesar da conquista, adverte Singh, o problema da poliomielite merece atenção. “Até que a pólio esteja erradicada no planeta inteiro, todos os países continuam sob risco”. Por isso, diz, é fundamental a existência de um sistema apurado de detecção.