OPAS promove encontros entre mães em Brasília para celebrar Semana Mundial do Aleitamento Materno
01 agosto 2016
[caption id="attachment_89539" align="alignright" width="549"] A amamentação reduz em cerca de 13% as mortes infantis, diz OMS. Foto: GESP/A2img[/caption]
Para celebrar a Semana Mundial do Aleitamento Materno, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) promove em Brasília, dos dias 1° a 7 de agosto, rodas de conversa sobre como a amamentação contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Atividades incluem oficina sobre alimentação complementar para crianças com menos de dois anos.
A agência regional de saúde acredita que a amamentação se relaciona de várias formas com a Agenda 2030 da ONU. No caso do ODS número 1 — erradicação da pobreza —, a amamentação dá às crianças um melhor começo de vida, independentemente de ela nascer em um país de renda alta ou baixa ou que sua família seja rica ou pobre.
Um estudo publicado no Lancet Global Health aponta que crianças amamentadas durante 12 meses em áreas urbanas do Brasil alcançaram, na vida adulta, rendimentos 33% mais altos do que os amamentados por menos de 12 meses.
Quanto ao 2° Objetivo Global — fome zero —, o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses ajuda a prevenir a fome, a desnutrição e a obesidade, pois fornece aos bebês todos os nutrientes e calorias necessários para seu crescimento e desenvolvimento.
Após esse período, a OPAS e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que a criança continue sendo amamentada, mas podendo se alimentar também de outros alimentos, por até dois anos ou mais.
O leite materno também pode alavancar os esforços pelo ODS de número 3 — saúde e bem-estar. Uma pesquisa também publicada pelo The Lancet conclui que a amamentação está associada a uma redução de 13% na probabilidade de prevalência de sobrepeso e/ou obesidade e a uma redução de 35% na incidência de diabetes tipo 2.
O mesmo estudo diz que o leite materno contribui para um aumento médio de três pontos no quociente de inteligência (QI). Outra evidência científica mostra que crianças amamentadas por um período superior a 12 meses em áreas urbanas do Brasil completaram um ano a mais de atividades educacionais em comparação com aquelas amamentadas por menos de 12 meses. Ambas as conclusões colaboram para as metas do ODS 4 — qualidade na educação.
O direito à amamentação em locais públicos, que se relaciona com o ODS 5 — igualdade de gênero —, também deve ser garantido à toda a população.
Quanto ao 8° Objetivo Global — trabalho decente e crescimento econômico —, somente dez de 38 países nas Américas (Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Panamá, Peru e Venezuela) concedem o mínimo de 14 semanas de licença-maternidade, conforme recomendado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Esse cenário pode ser um obstáculo para que o aleitamento materno seja feito segundo as orientações da OPAS e da OMS.
Um estudo publicado no American Journal of Health Promotion mostra que mães que amamentam se abstêm menos do trabalho do que as que dão fórmula infantil aos filhos. Isso ocorre porque os problemas de saúde das crianças alimentadas com leite materno costumam ser menos frequentes e graves.
Além disso, no México, estimativas indicam que os custos associados ao aleitamento materno inadequado em crianças nascidas em 2012 variaram de 745,6 milhões a 2,41 bilhões de dólares. Já nos Estados Unidos, o fardo da amamentação abaixo do recomendado é de 13 bilhões de dólares para crianças, sem considerar efeitos cognitivos, e de 17,4 bilhões de dólares para as mães.