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ACNUR planeja dobrar assistência em dinheiro para vítimas de deslocamento forçado até 2020

04 novembro 2016

Assistência em dinheiro dá mais autonomia a famílias de refugiados que tiveram de fugira da guerra e de conflitos. Foto: ACNUR / Sebastian Rich
Legenda: Assistência em dinheiro dá mais autonomia a famílias de refugiados que tiveram de fugira da guerra e de conflitos. Foto: ACNUR / Sebastian Rich





A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) anunciou no início da semana (31) que planeja dobrar até 2020 o valor da assistência em dinheiro disponibilizada para deslocados forçados. Segundo o organismo internacional, transferência de renda pode beneficiar tanto os que estão fugindo de situações de violações dos direitos humanos, quanto as economias das comunidades de acolhimento.



O ACNUR já fornece assistência em dinheiro em 60 países. Em 2017, com o compromisso de alcançar a meta definida para os próximos quatro anos, a agência introduzirá e expandirá iniciativas de transferência de renda para refugiados em risco e para outras pessoas em necessidade de assistência em mais 15 países, incluindo Níger, República Democrática do Congo, Quênia, Congo, Ruanda, Somália, Sudão, Etiópia, Uganda, Afeganistão e Irã.



O chefe do organismo internacional, Filippo Grandi, explicou que esse tipo de intervenção “tem transformado a maneira como ajudamos os refugiados e agora decidimos torná-la uma política mundial e ampliá-la para todas as nossas operações, sempre que possível".



O dirigente lembrou que o ACNUR foi um dos primeiros órgãos das Nações Unidas a implementar iniciativas de transferência de renda, em meados dos anos 80.



“Os refugiados sabem de suas necessidades. O uso mais amplo da assistência em dinheiro significa que mais pessoas serão capazes de decidir como gerenciar o orçamento de suas famílias. Isso os ajudará a levar uma vida mais digna e normal”, acrescentou.



Grandi destacou ainda que esse tipo de intervenção pode ser mais eficaz em um contexto de crescente urbanização e que a liberação de renda fortalece as economias e empresas locais das comunidades de acolhimento — o que pode ter consequências positivas para as relações entre os que fogem da guerra e de conflitos e a população nativa dos países que os recebem.

Ban Ki-moon nomeia nova assessora sobre refúgio e migração



Também nesta semana, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, anunciou na terça-feira (1) a nomeação da japonesa Izumi Nakamitsu como a nova assessora especial para acompanhar os desdobramentos da Cúpula da ONU sobre Refugiados e Migrantes, que aconteceu em 19 de setembro.



Nakamitsu sucede a norte-americana Karen AbuZayd, que completou sua missão em 31 de outubro de 2016. Nos próximos três meses, a japonesa cumprirá as tarefas referentes ao novo cargo em regime de tempo parcial, em conformidade com suas atuais responsabilidades como vice-administradora da Unidade de Resposta a Crise do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).



A nova assessora especial será responsável por monitorar os compromissos assumidos durante a cúpula e coordenar o envolvimento de organismos das Nações Unidas nas decisões, bem como apoiar os Estados-membros na implementação da Declaração de Nova York para os Refugiados e Migrantes.



Izumi Nakamitsu tem muitos anos de experiência profissional dentro e fora do sistema das Nações Unidas, e já atuou como diretora para a Ásia e para o Oriente Médio do Departamento de Operações de Paz e também como diretora da Divisão de Polícia, Avaliação e Treinamento da ONU;



No início de sua carreira, Nakamitsu ocupou uma série de cargos na ONU, participando inclusive da equipe de reforma das Nações Unidas do ex-secretário-geral Kofi Annan e das operações de campo do ACNUR na antiga Iugoslávia, na Turquia e no norte do Iraque.