FAO e UNESCO firmam parceria para promover alimentação saudável entre jovens latino-americanos
26 outubro 2017
A UNESCO e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciaram neste mês uma nova parceria para usar a educação em prol da nutrição de crianças e adolescentes. As agências da ONU desenvolverão iniciativas na América Latina e Caribe para promover a alimentação escolar e difundir conhecimentos sobre comidas saudáveis.
Segundo a FAO, embora a desnutrição crônica na região tenha tido uma redução considerável em anos recentes — de 24,5%, em 1990, para 11%, em 2016 —, 5,9 milhões de crianças ainda vivem subnutridas.
Outro desafio para os países é o aumento do sobrepeso infantil, que se transformou em um problema de saúde pública na América Latina e no Caribe. Atualmente, 7% das crianças com menos de cinco anos estão com o peso acima do ideal.
“Que 3,7 milhões de crianças sofram de sobrepeso na região é algo inaceitável. Estamos colocando em risco o futuro de toda uma geração de latino-americanos e caribenhos. O momento de atuar é agora, por isso construímos esta aliança com a UNESCO”, explicou o representante da FAO, Julio Berdegué. A parceria entre os dois organismos internacionais visa à construção de hábitos alimentares saudáveis entre jovens em idade escolar.
Alimentação escolar
De acordo com a FAO, uma forma de enfrentar a má nutrição em todas suas formas são os programas de alimentação escolar. Essas estratégias garantem continuidade para os ciclos nutricionais ao longo do crescimento dos jovens. Programas também fortalecem a cultura alimentar das comunidades.
Desde 2009, a cooperação internacional do Brasil e da FAO contribui para implementar e consolidar programas de alimentação escolar em outros 13 países latino-americanos e caribenhos. Para a UNESCO, os projetos devem ser acompanhados por iniciativas educacionais sobre saúde, que se estendam por todo o ciclo escolar.
Cecilia Barbieri, diretora do escritório regional da UNESCO, lembrou que “temos muitas evidências da importância de uma alimentação sadia no aprendizado efetivo dos estudantes". "Este acordo nos permitirá unir forças para melhorar o acesso a alimentos saudáveis para os jovens."
Segundo a FAO, em comunidades com níveis elevados de fome, o fornecimento de refeições em centros de ensino ajuda a combater a desnutrição e a manter as crianças na escola. Projetos dinamizam as economias locais quando são associados a programas de compras públicas de alimentos e a cadeias de distribuição da agricultura familiar.