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Investimentos de curto prazo põem em risco desenvolvimento dos países, diz relatório da ONU

24 abril 2018

Trabalhadores da construção civil atuam em projeto de expansão do Canal do Panamá. Foto: Banco Mundial
Legenda: Trabalhadores da construção civil atuam em projeto de expansão do Canal do Panamá. Foto: Banco Mundial





Embora uma recuperação moderada da economia mundial tenha levado a um aumento do financiamento para o desenvolvimento em 2017, um novo relatório das Nações Unidas revelou este mês (13) que grande parte dos investimentos ainda é de curto prazo, colocando em risco os compromissos globais para a criação de economias sustentáveis.



“O mundo possui recursos suficientes, mas eles não são alocados nas áreas que apresentam maior necessidade”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, no prefácio do relatório de 2018, denominado "Financiamento para o Desenvolvimento: Progresso e Perspectivas".



O documento afirma que a visão de curto prazo, com foco excessivo em projetos que rendem lucros rápidos às custas de interesses de longo prazo, como a melhora da infraestrutura e treinamento profissional, está entre os principais desafios para o financiamento da implementação da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.



O chefe da ONU alertou: "as escolhas que fizermos agora sobre financiamento (ao desenvolvimento) serão fundamentais".



As perspectivas para cerca de 800 milhões de pessoas entre as mais pobres do mundo continuam pouco otimistas. O relatório anual sobre como subsidiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) revelou que o sistema atual recompensa investidores, financiadores e gerentes de projetos que priorizam lucros de curto prazo. Isso resulta no arquivamento dos projetos de infraestrutura, excluindo pequenas empresas e mulheres do sistema de financiamento.



"Boas notícias econômicas em algumas regiões mascaram um risco muito real de que os mais pobres estejam sendo deixados para trás", disse Liu Zhenmin, subsecretário-geral do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU. "Não há espaço para complacência", acrescentou.



Segundo o relatório, um crescente interesse em investimentos socialmente responsáveis ​​não substitui uma transformação mais ampla no sistema de financiamento de projetos.