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OMS: cerca de 30 milhões de bebês nascem prematuros por ano no mundo

14 dezembro 2018



Mãe segura a mão de seu filho recém-nascido em Belgrado, na Sérvia, no Hospital Maternidade KBC Zvezdara. Foto: UNICEF/HoltMãe segura a mão de seu filho recém-nascido em Belgrado, na Sérvia, no Hospital Maternidade KBC Zvezdara. Foto: UNICEF/Holt






Anualmente em todo o mundo, cerca de 30 milhões de bebês nascem prematuros ou com baixo peso ou adoecem logo nos primeiros dias de vida. É o que revela um relatório lançado nesta semana (13) por uma coalizão global, que inclui o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).








Em 2017, em torno de 2,5 milhões de recém-nascidos morreram nos primeiros 28 dias de vida, a maioria por causas evitáveis. Cerca de 80% dessas crianças tinham baixo peso ao nascer e em torno de 65% eram prematuras.








Por ano, aproximadamente 1 milhão de recém-nascidos com baixo peso e infecções sobrevivem ao início de suas vidas, mas com algum tipo de deficiência, incluindo paralisia cerebral e problemas cognitivos. Com um cuidado integral, esses bebês podem viver sem maiores complicações.








"Quando se trata de bebês e suas mães, os cuidados certos, no momento certo e no lugar certo, podem fazer toda a diferença", afirma o vice-diretor-executivo do UNICEF, Omar Abdi.








“No entanto, milhões de bebês pequenos e doentes, assim como mulheres. estão morrendo a cada ano porque simplesmente não recebem o cuidado de qualidade que é o seu direito e uma responsabilidade coletiva.”








O relatório aponta que, entre os recém-nascidos com maior risco de morte e deficiência, estão aqueles com complicações relacionadas à prematuridade, lesão cerebral durante o parto, infecção bacteriana grave, icterícia e/ou condições congênitas. Além disso, o custo financeiro e psicológico para suas famílias pode ter efeitos prejudiciais sobre seu desenvolvimento cognitivo e emocional.








"Para todas as mães e bebês, é essencial estar saudável desde o começo da gravidez até o momento do parto, bem como nos primeiros meses após o nascimento”, diz Soumya Swaminathan, diretora-geral adjunta para Programas da OMS.








“A cobertura universal de saúde pode garantir que todos, incluindo os recém-nascidos, tenham acesso aos serviços de saúde dos quais precisam, sem considerar dificuldades financeiras. O progresso na assistência à saúde do recém-nascido é uma situação ‘ganha-ganha’ – salva vidas e é fundamental para o desenvolvimento da primeira infância, impactando assim as famílias, a sociedade e as gerações futuras."








A pesquisa mostra que, até 2030, as vidas de 2,9 milhões de mulheres, natimortos e recém-nascidos em 81 países poderão ser salvas, com a adoção de estratégias mais inteligentes. Se a mesma equipe de saúde cuida da mãe e do bebê durante o trabalho de parto e o nascimento, por exemplo, é mais fácil identificar problemas de forma precoce.








De acordo com a análise, quase 68% das mortes de recém-nascidos poderiam ser evitadas até 2030 com soluções simples, como a amamentação exclusiva, o contato corporal entre a mãe/pai e o bebê, medicamentos e equipamentos essenciais e acesso a instalações de saúde limpas e bem equipadas, com profissionais qualificados. Outras medidas — como ressuscitar o bebê que não consegue respirar adequadamente, administrar injeção na mãe para evitar sangramento ou retardar o corte do cordão umbilical — também podem salvar milhões de vidas.








A avaliação da coalização ressalta que o mundo não alcançará a meta global de saúde para todos a não ser que transforme os cuidados para os recém-nascidos. Sem um progresso rápido, alguns países não atingirão esse objetivo por mais de 11 décadas. Para salvar esses bebês, o relatório recomenda:








  • Prestar atendimento hospitalar ininterrupto aos recém-nascidos;
  • Treinar enfermeiras e enfermeiros para prestar cuidados práticos, trabalhando em parceria com as famílias;
  • Empoderar os pais e a família, ensinando-os a se tornar prestadores de serviços especializados e a cuidar de seus filhos, o que pode diminuir o estresse, ajudar a criança a ganhar peso e permitir que seus cérebros se desenvolvam da forma adequada;
  • A prestação de cuidados de qualidade deve fazer parte das políticas do país, além de ser um investimento ao longo da vida para aqueles que nascem prematuros ou doentes;
  • A identificação e o rastreamento de todo recém-nascido prematuro e doente permite que os gestores monitorem o progresso e melhorem os resultados;
  • Alocar os recursos necessários, pois um investimento adicional de 0,20 centavo de dólar por pessoa poderá salvar a vida de dois a cada três recém-nascidos em países de baixa e média renda até 2030.








Há quase três décadas, a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança garantiu a todos os recém-nascidos o direito ao mais alto padrão de cuidado em saúde. A coalizão responsável pelo relatório enfatiza que chegou a hora de os países garantirem o investimento de recursos legislativos, médicos, humanos e financeiros, a fim de transformar esse direito em realidade para todas as crianças.








A pesquisa foi produzida por uma coligação de organizações — OMS, UNICEF, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Fundação Bill & Melinda Gates, a instituição sem fins lucrativos Save the Children, a Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical, a Associação Internacional de Pediatria (IPA), o Conselho Internacional de Enfermeiras Neonatais (COINN), a Confederação Internacional de Parteiras (ICM), a Fundação Europeia para o Cuidado de Crianças Recém-Nascidas, a Iniciativa para o Nascimento Prematuro, o Centro de Crianças Doentes para a Saúde Global e as instituições Every Preemie at Scale e Little Octopus.








Acesse o relatório na íntegra clicando aqui (em inglês).




Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNICEF
Fundo das Nações Unidas para a Infância