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Pandemia pode ampliar fome e jogar 49 milhões de pessoas na pobreza extrema, alerta ONU

09 junho 2020





A pandemia da COVID-19 representa uma ameaça à segurança alimentar e nutricional, especialmente para as comunidades mais vulneráveis do mundo. O alerta é do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que lança nesta terça-feira (9) um relatório sobre o tema.



As medidas contra a doença e a recessão global emergente podem perturbar o funcionamento dos sistemas alimentares, com consequências “potencialmente terríveis”. Sem uma ação imediata, diz o documento, corremos o risco de assistir a uma emergência alimentar global – com impactos em longo prazo em centenas de milhões de crianças e adultos.



“Este ano, cerca de 49 milhões de pessoas podem cair na pobreza extrema devido à crise da COVID-19. O número de pessoas expostas a uma grave insegurança alimentar e nutricional vai crescer rapidamente. A queda de um ponto percentual no Produto Interno Bruto global significa mais 700 mil crianças raquíticas”, disse Guterres em uma mensagem em vídeo para o lançamento.



Mesmo em países com abundância de alimentos, há riscos de interrupções na cadeia de abastecimento alimentar, afirmou.



O documento lembra que muitos já vivem uma crise alimentar: mesmo antes da pandemia, centenas de milhões de pessoas lutavam contra a fome e a desnutrição.



“Há alimentos mais do que suficientes no mundo para alimentar a nossa população de 7,8 bilhões de pessoas. No entanto, hoje, mais de 820 milhões de pessoas passam fome. E cerca de 144 milhões de crianças com menos de 5 anos são raquíticas, mais do que uma em cada 5 crianças em todo o mundo”, alertou o secretário-geral.



Segundo a ONU, os sistemas alimentares estão falhando e a pandemia da COVID-19 está agravando a situação.


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