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Pobreza extrema aumenta pela primeira vez em 20 anos, diz Banco Mundial

08 outubro 2020

  • O Banco Mundial divulgou nesta quarta-feira (7) que, em 2020, a extrema pobreza global deverá aumentar pela primeira vez em mais de duas décadas. Dentre os novos pobres do mundo, 82% vivem em países considerados de renda média, como o Brasil.  
  • Segundo o novo estudo ‘Pobreza e Prosperidade Compartilhada’, 150 milhões de pessoas devem cair na extrema pobreza devido à COVID-19, recessão, conflitos e mudanças climáticas.
Crianças fazem fila para uma refeição diária em área carente do Equador.
Legenda: Crianças fazem fila para uma refeição diária em área carente do Equador.
Foto: © Jamie Martin/Banco Mundial

O Banco Mundial divulgou nesta quarta-feira (7) que, em 2020, a extrema pobreza global deverá aumentar pela primeira vez em mais de duas décadas. Extrema pobreza significa viver com menos de US$ 1,90 por dia.  

Além disso, 150 milhões de pessoas devem cair na extrema pobreza devido à COVID-19, recessão, conflitos e mudanças climáticas, segundo o novo estudo ‘Pobreza e Prosperidade Compartilhada’.. Isso representa cerca de 1,4% da população mundial.  

O lançamento deste estudo marca o início de uma série de ações voltadas para o Dia Mundial para Erradicação da Pobreza, a ser celebrado em 17 de outubro.  

Segundo o estudo, a COVID-19 não é a única responsável pelo agravamento da situação: o relatório aponta os conflitos e as mudanças climáticas como fatores importantes.  

Antes da pandemia, justamente por causa dos conflitos globais e das mudanças no clima, o progresso na redução da pobreza global já estava mais lento. Entre 1990 e 2015, por exemplo, a pobreza global caiu cerca de um ponto percentual por ano. Esse ritmo diminuiu para menos de meio ponto percentual por ano entre 2015 e 2017. 

Ainda assim, se não fosse pela COVID-19, a taxa de pobreza provavelmente teria caído para 7,9% em 2020. Com a pandemia, esse percentual ficará entre 9,1% e 9,4% da população global, semelhante ao registrado em 2017.  

Brasil  

Dentre os novos pobres do mundo, 82% vivem em países considerados de renda média, como o Brasil.  

O relatório também mostra que, diferentemente de anos anteriores, o nível de prosperidade compartilhada diminuirá. Isso quer dizer que a renda média dos 40% mais pobres do mundo ficará menor.  

Anteriormente, entre 2012 e 2017, havia ocorrido crescimento de 2,3% na prosperidade compartilhada. Sem ações políticas para promover uma retomada econômica inclusiva, a pandemia pode desencadear ciclos de maior desigualdade de renda e menor mobilidade social entre os vulneráveis. 

Segundo o novo estudo do Banco Mundial, os países precisarão se preparar para uma economia diferente pós-COVID-19, permitindo que o capital, a mão-de-obra, as habilidades e a inovação alcancem novos negócios e setores. 

Recuperacão 

O Banco Mundial definiu como meta diminuir para 3%, até 2030, o percentual de extrema pobreza no mundo. Sem ação política rápida e significativa, essa taxa pode ser de aproximadamente 7% daqui a 10 anos. 

Para ajudar os países a enfrentar a COVID-19 e impulsionar a recuperação econômica, a instituição anunciou em abril deste ano um pacote financeiro de até US$ 160 bilhões, a serem liberados ao longo de 15 meses. Desse total, cerca de US$ 4,5 bilhões estão sendo destinados à América Latina e ao Caribe.  

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