Podcast discute a integração de crianças refugiadas no Brasil
09 outubro 2020
- No terceiro episódio do podcast “Refúgio em Pauta”, produzido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em parceria com a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), o universo das crianças refugiadas é pautado, revelando elementos positivos das referências que as crianças constroem em sua rotina, assim como complexas questões de interações sociais, potencializadas pelo contexto da pandemia da COVID-19.
- O podcast está disponível no site do ACNUR e nos principais agregadores de podcast.
Estar em situação de refúgio não é fácil para ninguém. Ter que deixar o país de origem em busca de proteção para reconstruir suas vidas em uma nova sociedade requer muita capacidade de adaptação e resiliência para superar os tantos desafios do processo de integração. Mas para um perfil específico, esse processo pode parecer simples, embora seja realmente muito complexo.
No terceiro episódio do podcast “Refúgio em Pauta”, produzido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em parceria com a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), o universo das crianças refugiadas é pautado, revelando elementos positivos das referências que as crianças constroem em sua rotina, assim como complexas questões de interações sociais, potencializadas pelo contexto da pandemia da COVID-19.
Na abertura do episódio, dados globais e nacionais do ACNUR e de seus parceiros são apresentados, evidenciando que as crianças representam cerca da metade do número de pessoas refugiadas no mundo e que as meninas refugiadas, em especial, têm menos acesso à educação do que os meninos e ainda têm metade da probabilidade de se matricular na escola quando chegam ao nível médio.
A primeira entrevistada do episódio é Vivianne Reis, diretora da ONG IKMR, organização parceira do ACNUR e que se dedica exclusivamente sobre o tema das crianças refugiadas em São Paulo. “Utilizamos a arte como principal ferramenta para acessar essas crianças, em um trabalho de ressignificar o mundo por todas as situações que elas vivenciaram”, afirmou Vivianne.
Na sequência, a conversa do podcast foi com três crianças refugiadas de diferentes nacionalidades que vivem em três capitais brasileiras: São Paulo, onde o jovem sírio Hohammad foi entrevistado; Rio de Janeiro, cidade em que vive a congolesa Maravilha; e em Vitória, onde o jovem venezuelano Adrian vive com sua família. Entre temas da conversa, estão seus sonhos, as amizades feitas no Brasil e as saudosas memórias de fortes laços sociais e familiares.
Na última entrevista do episódio, a psicóloga Ingrith Andrade, profissional que atua na Cáritas São Paulo, organização parceira do ACNUR, analisa o processo de chegada das crianças refugiadas no Brasil, destacando as principais dificuldades do aspecto de adaptação e os papéis que os pais e a escola desempenham no processo de acolhida das crianças e mesmo de suas famílias, pelos vínculos gerados.
O primeiro episódio do podcast, lançado em agosto, abordou a segurança alimentar de pessoas refugiadas em tempos de pandemia, um tema que fez com que o ACNUR e seus parceiros revessem seus planejamentos e ações emergenciais. Já o segundo, disponível desde o mês passado, apresentou o tema dos indígenas venezuelanos que chegaram ao Brasil em busca de proteção internacional e de seus direitos básicos, como moradia e alimentação, agregando novos valores e conhecimentos tradicionais à sociedade brasileira.
Os episódios do podcast “Refúgio em Pauta” são lançados previamente no site do ACNUR, no endereço www.acnur.org/portugues/podcast. Sugestões de temas e comentários sobre os episódios já produzidos podem ser enviado para o email pachioni@unhcr.org.
Contribuíram para a produção do terceiro episódio do podcast “Refúgio em Pauta”, por parte do ACNUR, Miguel Pachioni e William Laureano; pela PUC-Minas o Professor Duval Fernandes; pela UFES a Professora Brunela Vincenzi; pela UFSM o Gianlluca Simi, a Professora Giuliana Redin e a Nathália Costa; e pela UNICAMP, Mariana Hafiz. As vozes das vinhetas do podcast são gravados pelos músicos refugiados Leonardo Matumona (da República Democrática do Congo) e Oula Al-Saghir (Palestina/Síria).