Enquanto os afegãos são assombrados pela insegurança alimentar e lutam para atender às necessidades mais básicas, a população se torna cada vez mais suscetível a tomar medidas desesperadas, como o trabalho e o casamento infantis. O panorama sombrio foi descrito pela vice-alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Nada Al-Nashif, durante uma reunião do Conselho de Segurança.
Apesar de uma anistia geral do Talibã, anunciada em agosto, o Escritório de Direitos Humanos da ONU (ACNUDH) recebeu “alegações confiáveis” de mais de 100 assassinatos de ex-forças de segurança nacional afegãs e outras pessoas associadas ao antigo governo. Pelo menos 72 deles foram atribuídos ao Talibã e, em vários casos, os corpos foram exibidos publicamente.
A vice-alta comissária também expressou profunda preocupação com o risco contínuo de recrutamento de crianças, especialmente meninos, tanto pelo ao Estado Islâmico-Província de Khorasan (ISIL-KP) quanto pelas autoridades atuantes. As crianças também continuam a representar a maioria dos civis mortos e feridos por munições não detonadas.
Enquanto isso, mulheres e meninas enfrentam grande incerteza no que diz respeito à garantia de seus direitos à educação, subsistência e participação na vida pública. Cerca de 4,2 milhões de jovens afegãos estão fora da escola, sendo que 60% deles são do sexo feminino.
Para rever a situação, Al-Nashif insistiu que só o respeito pelos direitos e liberdades fundamentais por parte das autoridades pode garantir a estabilidade no país.