Relatório revela que HIV contamina uma criança ou jovem a cada 100 segundos
27 novembro 2020
- O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publica novo relatório, nesta quarta-feira (25), e pede que os governos mantenham e acelerem os esforços para combater o HIV em crianças. Segundo o UNICEF, no ano passado, uma criança ou jovem com menos de 20 anos foi infectado com HIV a cada 100 segundos.
- Em comunicado, a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore, disse que “as crianças ainda estão se infectando em taxas alarmantes e morrendo de Aids”. Segundo ela, esses números são antes “da COVID-19 interromper os serviços vitais de tratamento e prevenção do HIV, colocando inúmeras vidas em risco”.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publica novo relatório, nesta quarta-feira (25), e pede que os governos mantenham e acelerem os esforços para combater o HIV em crianças. Segundo o UNICEF, no ano passado, uma criança ou jovem com menos de 20 anos foi infectado com HIV a cada 100 segundos.
Em comunicado, a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore, disse que “as crianças ainda estão se infectando em taxas alarmantes e morrendo de Aids”. Segundo ela, esses números são antes “da COVID-19 interromper os serviços vitais de tratamento e prevenção do HIV, colocando inúmeras vidas em risco”.
Ações de prevenção e tratamento para crianças permanecem entre os mais baixos. Em 2019, quase metade das crianças em todo o mundo não receberam os antirretrovirais. No mesmo ano, 320 mil crianças e adolescentes foram infectados com HIV e cerca de 110 mil crianças morreram de Aids.
Pandemia
De acordo com o UNICEF, a pandemia piorou as desigualdades no acesso a serviços de HIV essenciais a crianças, adolescentes e mães grávidas em todo o mundo.
Também existem sérias preocupações de que um terço dos países com alta prevalência possam enfrentar interrupções relacionadas ao novo coronavírus.
Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), citados no relatório, mostram o impacto das medidas de controle, interrupções na cadeia de suprimentos, falta de equipamentos de proteção individual e a realocação de profissionais de saúde.
Em abril e maio, coincidindo com o pico dos bloqueios para controlar a COVID-19, o tratamento pediátrico do HIV e o teste de carga viral em crianças caíram entre 50 e 70% em alguns países. Já o início de novo tratamento teve uma queda entre 25% e 50%.
Os partos nas unidades de saúde e pré-natal também caíram entre 20% a 60%. O teste de HIV materno e o início da terapia antirretroviral foram reduzidos de 25% a 50% e os serviços de testagem em bebês, 10%.
Nos últimos meses, a flexibilização das medidas de controle e o direcionamento estratégico de crianças e mães grávidas levaram a uma recuperação dos serviços. Apesar disso, os desafios permanecem, e o mundo ainda está longe de atingir as metas globais de HIV pediátrico para 2020.
Regiões
Apesar algum progresso na luta global contra o HIV/Aids, existem profundas disparidades regionais que persistem entre todas as populações, especialmente para as crianças.
Na região do Oriente Médio e norte da África, por exemplo, 81% dos soropositivos infantis recebem terapia antirretroviral. Já na América Latina e Caribe, a porcentagem cai para 46% e África Ocidental e Central para 32%.
O sul da Ásia tem uma cobertura de 76%. A África Oriental e Meridional apontam tratamentos para 58% da crianças e a Ásia Oriental e Pacífico para cerca da metade.