OPAS pede aumento de capacidade hospitalar para lidar com aumento de casos de COVID-19
10 dezembro 2020
- As Américas têm experimentado os mais altos níveis de casos de COVID-19 desde o início da pandemia e autoridades de saúde devem emitir orientações claras para proteger as comunidades, bem como aumentar a capacidade hospitalar em áreas afetadas. O alerta é da diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne.
- Com mais de 753 mil mortes e mais de 28,5 milhões de casos notificados nas Américas, a dirigente afirmou que os números e as tendências deixam claro que a região deve redobrar as medidas preventivas, especialmente na preparação para celebrações de fim de ano.
- No Brasil, o sistema de saúde está sob pressão e os hospitais estão lotados em algumas áreas.
As Américas têm experimentado os mais altos níveis de casos de COVID-19 desde o início da pandemia e autoridades de saúde devem emitir orientações claras para proteger as comunidades, bem como aumentar a capacidade hospitalar em áreas afetadas. O alerta é da diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne.
Com mais de 753 mil mortes e mais de 28,5 milhões de casos notificados nas Américas, “os números e as tendências deixam claro que nossa região deve redobrar as medidas preventivas, especialmente na preparação para celebrações de fim de ano. Agora não é hora de relaxar”, disse Etienne em coletiva de imprensa no último dia 9.
“Precisamos mais uma vez de esforços coordenados para aumentar a capacidade dos hospitais nas áreas mais afetadas porque, quando os hospitais não podem acomodar todos os doentes, muitos morrerão à espera de atendimento”, advertiu a diretora da OPAS.
O aumento contínuo de infecções na América do Norte com a chegada do inverno é preocupante, porque as pessoas podem ser tentadas a se reunir em ambientes fechados e áreas mal ventiladas – as condições perfeitas para o vírus se espalhar, alertou a dirigente. Etienne. Na América Central, Honduras e Guatemala estão observando aumentos nas áreas afetadas pelos recentes furacões, enquanto o Panamá continua registrando uma alta incidência de casos.
A situação da América do Sul também é preocupante. “Com o número de casos e mortes aumentando, o sistema de saúde do Brasil está sob pressão e os hospitais estão lotados em algumas áreas. Também estamos observando aumentos de casos e mortes em áreas da Colômbia na fronteira com a Venezuela e o Equador”, explicou Etienne, lembrando que o Paraguai também enfrenta um aumento no número de infecções.
“Temos esperança de que as vacinas contra a COVID-19, que em breve chegarão ao mercado, ajudem a conter a pandemia, mas isso levará tempo e um planejamento antecipado”, pontuou a diretora da OPAS em uma atualização sobre a preparação para as vacinas. “No início, não teremos doses suficientes para proteger a todos, então o objetivo é salvar vidas usando a primeira implantação para alcançar os mais vulneráveis a desenvolver formas graves de COVID-19. Por isso, a OPAS também tem apoiado os estados-membros no desenvolvimento de seus planos nacionais de imunização.”
Etienne informou que a OPAS realiza nesta semana uma reunião de seu Conselho Diretor para discutir os preparativos para a introdução e compra de vacinas por meio do Fundo Rotatório da OPAS e do mecanismo COVAX. Os países das Américas garantiram mais de 1 bilhão de dólares em adiantamentos e garantias financeiras para participar da iniciativa.
Quando as vacinas chegarem, afirmou a diretora da OPAS, cada país deverá identificar grupos prioritários e adaptar campanhas de comunicação e materiais para atender às suas necessidades, inclusive trabalhando com líderes comunitários para capacitar as comunidades a buscarem a vacinação. "Os profissionais de saúde provavelmente estarão entre os primeiros a se beneficiarem de uma vacina e também desempenharão um papel fundamental na conscientização sobre a importância da imunização”.
A OPAS trabalha para ajudar os países a garantirem o acesso a vacinas contra a COVID-19 seguras e eficazes, de acordo com os princípios de solidariedade, equidade e de não deixar ninguém para trás, que tem guiado a resposta da OPAS a esta pandemia desde o início, destacou Etienne. Ela observou que o Dia da Cobertura Universal de Saúde, celebrado em 12 de dezembro, assume uma importância renovada durante este ano de pandemia. "Este dia serve como um lembrete de que a saúde universal não trata apenas de garantir que todos estejam cobertos, mas que todos tenham acesso aos cuidados quando precisam, onde quer que estejam”, afiirmou.
“Por isso, a OPAS doou mais de 20 milhões de testes de PCR para dar aos países melhor visibilidade sobre como o vírus está se espalhando e para ajudar a identificar aqueles que estão infectados, para que recebam os cuidados de que precisam. Muitos doadores nos apoiaram nesse esforço e queremos agradecê-los”, informou Etienne. A OPAS também doou cerca de 36 milhões de máscaras, 3 milhões de luvas e 1,5 milhão de aventais aos países para que possam proteger os profissionais de saúde e já conduziu mais de 200 sessões de treinamento para profissionais de saúde na região.