Curso virtual de alimentação escolar mobilizou quase 1.800 pessoas
10 dezembro 2020
- O curso 'Alimentação escolar como estratégia educacional para uma vida saudável' realizou a última sessão virtual nesta terça-feira (8) e encerrou a capacitação de profissionais das áreas da educação, saúde, nutrição, agricultura da Colômbia, Guatemala e Peru.
- A capacitação integra as ações da Rede de Alimentação Escolar Sustentável promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC).
O curso 'Alimentação escolar como estratégia educacional para uma vida saudável' realizou a última sessão virtual nesta terça-feira (8) e encerrou a capacitação de profissionais das áreas da educação, saúde, nutrição, agricultura da Colômbia, Guatemala e Peru. Durante seis semanas, os participantes fortaleceram suas capacidades por meio de uma série de conteúdos e temas relacionados com programas de alimentação escolar na região.
Divididos em 12 aulas virtuais, com carga horária total de 90 horas, os participantes se conectaram via Twitter, YouTube ou Facebook da FAO, promovendo assim um acesso democrático e mais amplo às experiências concretas apresentadas sobre o tema em vários países como Brasil, El Salvador, República Dominicana, entre outros. Os vídeos somaram mais de 20 mil visualizações, entre alunos e interessados no assunto que acessaram as sessões ao vivo ou pré-gravadas por meio das redes sociais.
O curso foi promovido pelo projeto regional Consolidação de Programas de Alimentação Escolar (PAE) na América Latina e Caribe, executado pelo Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO. A capacitação integra as ações da Rede de Alimentação Escolar Sustentável promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC).
Na abertura, o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, destacou o importante papel da alimentação escolar como estratégia para combater problemas relacionados a má nutrição na região como a obesidade, além de favorecer um círculo virtuoso de políticas sociais como a educação, saúde e agricultura.
A coordenadora do curso, Flavia Schwartzman, apresentou um breve panorama do perfil dos alunos, do qual participaram 635 profissionais da Guatemala, 598 do Peru e 525 da Colômbia. Em relação à metodologia, destacou a ampla gama de conteúdo, a comunicação direta com os participantes com o apoio de tutores, a construção do conhecimento por meio das boas práticas apresentadas, entre outras inovações.
Reflexões finais
As jovens estudantes da Escola Cantón San Isidro, de El Salvador, Maria Belén Guirola e Vanessa Carcamo contaram sobre suas experiências no projeto Jovens Facilitadores de SAN, no qual receberam capacitação em iniciativas para uma alimentação mais adequada e saudável.
Para Maria Belén “foi uma mudança na minha vida comer saudável”. Já a Vanessa Carcamo comentou sobre a importância das lanchonetes com alimentação mais saudável e da promoção de hortas escolares. Ela também disse que com a pandemia, ela e sua família começaram uma horta em casa "para continuar com uma alimentação melhor".
Três alunos do curso deram seus testemunhos e refletiram sobre as lições aprendidas. Maira Lambraño, engenheira de alimentos da Colômbia, considerou o curso muito importante para ampliar seus conhecimentos. “Precisamos ser agentes de mudança em nosso país, no nosso entorno”, afirmou.
Do Peru, o professor Santiago Zuta destacou a questão das hortas escolares que foi abordada nas aulas, comentando que estas permitem o desenvolvimento de uma série de atividades pedagógicas. “As hortas escolares são uma ferramenta importante para o trabalho pedagógico, permitindo o envolvimento de professores e pais”. Para Norma Moran, contadora da Guatemala: “esse conhecimento deve ser colocado em prática nas comunidades”, afirmou.
O representante da FAO Guatemala, Ricardo Rapallo, avaliou os esforços que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos pelo Ministério da Educação do país e que “fizeram a diferença na pandemia, fornecendo alimentos às crianças”.
Já a representante do Ministério da Educação da Guatemala, Jeannete Cacacho, destacou o trabalho em equipe para a realização do curso.
A especialista sênior em alimentos e combate à desnutrição da FAO Colômbia, Michela Espinosa, também avaliou positivamente o curso com vistas a fortalecer o programa de alimentação escolar do país. A mesma opinião foi defendida pela diretora de qualidade e segurança da alimentação escolar da Colômbia, Ana Maria Sierra, que também comentou sobre a importância da formação de profissionais que atuam na alimentação escolar do país.
Segundo o representante da FAO Peru, Enrique Roman, o curso faz parte do esforço para desenvolver a política de educação alimentar e nutricional do país, que neste cenário de pandemia não pode parar, agora mais do que nunca: “a melhor vacina para a boa saúde é uma alimentação saudável”.
Nas palavras finais da última sessão, o assessor do FNDE, Bruno Silva, destacou que a cooperação para a troca de experiências entre diferentes países e atores envolvidos na alimentação escolar permite gerar boas ideias que podem ser colocadas em prática nos países da região.
Para a analista de projetos da ABC/MRE, Paola Barbieri, o curso se diferenciou dos demais pela diversidade de recursos de comunicação utilizados e que atingiu um número significativo de profissionais nos três países. “O curso vai servir de experiência para outras iniciativas da cooperação”, disse.
A coordenadora do projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar, Najla Veloso, encerrou o evento agradecendo o grande esforço de muitas mãos para oferecer esses elementos de reflexão e de aprendizagem a quase 1.800 profissionais do Peru, Colômbia e Guatemala. Ela disse que a política pública de alimentação escolar, mesmo com a pandemia, encerrou o ano de 2020 com mais força, pois já há pessoas mais qualificada e com maior comprometimento para enfrentar a desnutrição, obesidade e fome na região.
Sobre o curso
O curso 'Alimentação escolar como estratégia educacional para uma vida saudável', totalmente virtual, foi dirigido a professores, diretores de escolas, nutricionistas, responsáveis por programas de alimentação escolar em municípios ou secretarias, gestores de nível nacional, técnicos, entre outros. Os participantes contaram com diversos recursos como textos, livro de conteúdo, vídeos e outros materiais de comunicação pedagógica para promover a discussão e reflexão sobre a temática da alimentação escolar nos três países. Todas as aulas virtuais estão disponíveis aqui.
Os conteúdos foram desenvolvidos pelo projeto regional Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe, com o apoio dos governos participantes por meio de um comitê de conteúdo formado para que os temas fossem relacionados e adequados à realidade local de cada um dos países.
O curso foi dividido em quatro unidades temáticas: O direito humano à alimentação adequada, a segurança alimentar e nutricional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; Programas de alimentação escolar sustentável; Educação alimentar e nutricional no âmbito da alimentação escolar; e Hortas escolares com enfoque pedagógico. Além disso, foi abordada a questão da biossegurança para o retorno às escolas.