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Em Dia Mundial da Saúde, OMS destaca "mudanças vitais" para lidar com as desigualdades

08 abril 2021

  • Investir na justa produção e no acesso a vacinas, testes e tratamentos COVID-19 está entre as cinco "mudanças vitais" que o mundo precisa fazer este ano para enfrentar as desigualdades que a pandemia exacerbou, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em discurso marcando o Dia Mundial da Saúde, celebrado na quarta-feira (7).
  • “É uma ofensa que em alguns países os profissionais de saúde e seus grupos de risco permaneçam completamente não vacinados”, afirmou o diretor-geral da OMS.
  • Tedros destacou pontos de atenção para redução das desigualdades no pós-pandemia. Entre eles, a melhoria de serviços de saúde e atenção primária, a continuidade dos investimentos em saúde, a garantia de vizinhas saudáveis e a construção sistemas de informação para saúde.
Legenda: Diretor da OMS advertiu os países a construir um mundo mais justo e saudável pós-pandemia.

Investir na justa produção e no acesso a vacinas, testes e tratamentos COVID-19 está entre as cinco "mudanças vitais" que o mundo precisa fazer este ano para enfrentar as desigualdades que a pandemia exacerbou, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em discurso marcando o Dia Mundial da Saúde, celebrado na quarta-feira (7).

“Embora sem sombra de dúvida todos tenhamos sofrido o impacto da pandemia, os mais pobres e marginalizados foram os mais afetados - tanto em termos de vidas quanto de meio de subsistência perdidos”, disse o diretor-geral da OMS, discursando em Genebra.

Além do acesso a vacinas e outros insumos para COVID-19, Tedros destacou no seu discurso pontos de atenção para redução das desigualdades no pós-pandemia. Entre eles, a melhoria de serviços de saúde e atenção primária, a continuidade dos investimentos em saúde, a garantia de vizinhas saudáveis e a construção sistemas de informação para saúde.

Principal entrave - No início do ano, Tedros solicitou aos países que começassem a vacinar todos os profissionais de saúde nos primeiros 100 dias de 2021. Cerca de 190 nações atenderam o prazo, enquanto a iniciativa global de vacinação pela igualdade, COVAX, distribuiu 36 milhões de doses em todo o mundo.

Tedros disse que o crescimento da produção e a justa distribuição continuam sendo o principal entrave para o fim da fase aguda da pandemia.

“É uma ofensa que em alguns países os profissionais de saúde e seus grupos de risco permaneçam completamente não vacinados”





diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus

A OMS continuará a apelar às autoridades para que compartilhem as doses das vacinas e apoiem o Acelerador ACT para a justa distribuição de vacinas, testes rápidos e terapêuticas contra COVID-19.

Investir nos cuidados básicos de saúde - Com a pandemia expondo a fragilidade dos sistemas de saúde, Tedros destacou que o investimento nos cuidados básicos de saúde também deve ser intensificado. Pelo menos metade da população mundial ainda não tem acesso a serviços essenciais de saúde, enquanto 100 milhões são levados à pobreza a cada ano em decorrência de despesas médicas.

“À medida que os países avançam após a COVID-19, será vital evitar cortes nos gastos públicos com a saúde e outros setores sociais. Esses cortes possivelmente aumentarão as dificuldades entre os grupos já desfavorecidos”, disse.

Em vez disso, os governos devem visar o gasto adicional de 1% do PIB em cuidados básicos de saúde, ao passo que trabalham para resolver o déficit de 18 milhões de trabalhadores de saúde necessários globalmente para alcançar a cobertura universal de saúde até 2030.

Proteção social, vizinhança segura - Tedros também incentivou as autoridades nacionais a priorizar a saúde e a proteção social e a construir vizinhanças seguras, saudáveis ​​e inclusivas.

“O acesso a moradias saudáveis, em vizinhanças seguras, é a chave para alcançar saúde a todos”, disse. “Mas, muitas vezes, a ausência de serviços sociais básicos para algumas comunidades as aprisiona em uma espiral de doença e insegurança. Isso tem de mudar.”

Os países também devem intensificar os esforços para alcançar as comunidades rurais com saúde e outros serviços básicos. Tedros observou que “80% da população mundial que vive em extrema pobreza está em áreas rurais, onde 7 em cada 10 pessoas não têm acesso a saneamento básico e serviços de água”.

Como última observação, o chefe da OMS enfatizou a necessidade de melhorar os dados e os sistemas de informação na saúde, que são fundamentais para encontrar e enfrentar as desigualdades.

“O monitoramento da desigualdade na saúde deve ser parte integrante de todos os sistemas nacionais de informação na saúde - atualmente, apenas metade dos países do mundo têm capacidade para fazer isso”, informou.

Mudança de regras - As enormes desigualdades nos cuidados de saúde também se sobressaíram fortemente na declaração da diretora executivo da UNAIDS, Winnie Byanyima, para o Dia Mundial da Saúde, que revelou ainda que 10 mil pessoas morrem todos os dias por não terem acesso aos serviços.

Ela alertou que os desvios continuarão a aumentar à medida que os sistemas de saúde se tornarem cada vez mais voltados para o lucro, mas acrescentou que a pandemia pode levar a um maior compromisso para assegurar que todas as pessoas tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade.

Agora, em meio à crise do COVID-19, os líderes em todo o mundo têm a oportunidade de construir os sistemas de saúde que sempre foram necessários e que não podem mais ser adiados”, afirmou Byanyima.

“Não podemos mexer nas bordas - precisamos de mudanças radicais e transformadoras. A resposta COVID-19 nos dá a oportunidade de mudar as regras e garantir a igualdade”, completou.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

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