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Programa Mundial de Alimentos pede ação para evitar que 31 milhões de africanos passem fome

19 abril 2021

  • O Programa Mundial de Alimentos (WFP) pediu ação imediata para evitar que a falta de comida cause uma situação de catástrofe na África Ocidental e Central. Mais de 31 milhões de pessoas não devem ter o suficiente para comer na região.
  • O total supera em 30% o número de vítimas em 2020 e atingirá um dos maiores níveis em uma década. As causas incluem alta de preços, conflitos e impacto da pandemia.
  • Este ano, o WFP precisa de US$ 770 milhões para operar em 19 países da região nos próximos seis meses.  
Crianças deslocadas internamente de Dikwa, no estado de Borno, Nigéria, jantando na casa de seu anfitrião.
Legenda: Cerca de 10 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda. O Sahel concentra metade desse número, que pode aumentar devido às novas vítimas da fome e dos altos preços alimentares.
Foto: © Andrew Esiebo/UNICEF

O Programa Mundial de Alimentos (WFP) pediu ação imediata para evitar que a falta de comida cause uma situação de catástrofe na África Ocidental e Central. Mais de 31 milhões de pessoas não devem ter o suficiente para comer na região.

O alerta foi feito na sexta-feira (16). Segundo a agência, a temporada de escassez vai de junho a agosto, antes da próxima colheita.

Segurança Alimentar - O WFP adverte que o total supera em 30% o número de vítimas em 2020 e atingirá um dos maiores níveis em uma década.

Diariamente, milhões de famílias passam fome e desespero com a alta de preços de alimentos. A emergência coincide com conflitos e consequências socioeconômicas da COVID-19.

“Mesmo quando há comida disponível, as famílias simplesmente não podem pagá-la. Os preços crescentes estão empurrando uma refeição básica para além do alcance de milhões de famílias pobres que já estavam lutando para sobreviver", disse o diretor regional do WFP para África Ocidental, Chris Nikoi.

Alguns produtos básicos aumentaram quase 40% em relação à média de cinco anos. Em algumas áreas, os preços saltaram mais de 200%, enquanto a renda despencou como resultado de quedas em setores como comércio, turismo e remessas.

“Até que os mercados se estabilizem, a assistência alimentar pode ser a única fonte de esperança para milhões de famílias. As necessidades são imensas e, a menos que possamos levantar os fundos de que precisamos, simplesmente não seremos capazes de mantê-los ”, afirmou Nikoi.

A análise aponta como situação mais preocupante a da Serra Leoa, onde a desvalorização da moeda disparou os preços dos produtos básicos. O arroz chegou a aumentar até 70% no país.

Conflitos  - Na África Ocidental, a escalada da violência e os deslocamentos provocaram insegurança alimentar aguda no norte da Nigéria, Burquina Fasso, Mali, Níger, República Centro-Africana e em regiões do noroeste e sudoeste dos Camarões. 

Cerca de 10 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda. O Sahel concentra metade desse número, que pode aumentar devido às novas vítimas da fome e dos altos preços alimentares. 

Este ano, o WFP precisa de US$ 770 milhões para operar em 19 países da região nos próximos seis meses.  

A agência planeja assistir quase 18 milhões de pessoas na África Ocidental e Central. Pelo menos 68% estão em crise e precisam de resposta emergencial. 

A agência adverte que sem fundos haveria uma redução alimentar para os necessitados, especialmente as vítimas de fome causada pelos conflitos.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

WFP
Programa Mundial de Alimentos

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