ONU repudia a morte de capacete-azul na República Democrática do Congo
14 maio 2021
- O Conselho de Segurança e o secretário-geral das Nações Unidas condenaram veementemente o ataque de segunda-feira (10) à missão de manutenção da paz da ONU na República Democrática do Congo (RDC), no qual um capacete-azul do Malauí foi morto.
- O ataque, que ocorreu perto da cidade de Beni, na província de Kivu do Norte, foi feito por supostos membros do grupo armado das Forças Democráticas Aliadas (ADF).
- A ONU lembrou que ataques contra suas forças de paz podem constituir um crime de guerra e pediu às autoridades congolesas que investiguem o incidente e levem rapidamente os responsáveis à justiça.
O Conselho de Segurança e o secretário-geral das Nações Unidas condenaram veementemente o ataque de segunda-feira (10) à missão de manutenção da paz da ONU na República Democrática do Congo (RDC), no qual um capacete-azul do Malauí foi morto.
O ataque, que ocorreu perto da cidade de Beni, na província de Kivu do Norte, foi feito por supostos membros do grupo armado das Forças Democráticas Aliadas (ADF).
Em nota à imprensa divulgada na segunda-feira (10), os membros do Conselho de Segurança “condenaram nos termos mais rígidos” todos os ataques e provocações contra as forças de manutenção da paz da ONU na RDC (conhecida pela sigla em francês MONUSCO).
Eles “ressaltaram a importância da MONUSCO ter as capacidades necessárias para cumprir o seu mandato e promover a segurança e proteção das forças de manutenção da paz da ONU, de acordo com as resoluções relevantes do Conselho de Segurança”.
Os membros também reiteraram seu total apoio à força da ONU e expressaram seu profundo agradecimento às tropas da missão, que atualmente é a maior do mundo, e aos países que contribuem com cerca de 13 mil militares.
Em comunicado separado, o secretário-geral, António Guterres, também denunciou o ataque. Ele expressou condolências à família, ao governo e ao povo do país da vítima.
Guterres lembrou que os ataques contra as forças de paz da ONU podem constituir um crime de guerra e pediu às autoridades congolesas que investiguem o incidente e levem rapidamente os responsáveis à justiça.
“O secretário-geral reafirma que a ONU, através do representante especial na RDC, continuará a apoiar o governo e o povo congolês nos seus esforços para levar a paz e a estabilidade para o leste do país”, acrescenta o comunicado.
Região altamente volátil - Aproximadamente do tamanho da Europa Ocidental e rica em recursos naturais, a RDC tem sido atormentada por violência e insegurança há anos, resultando em pobreza e fome generalizadas. O país também sofreu surtos frequentes de doenças mortais, incluindo ondas da doença do vírus da Ebola (EVD), agora complicada pela pandemia do coronavírus.
A situação no leste da RDC, particularmente nas províncias de Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri, é altamente volátil, com confrontos entre grupos armados pelo controle do território e dos recursos naturais. Os civis são os que mais sofrem no conflito, com milhares de pessoas perdendo as próprias vidas nos últimos anos.
A milícia das Forças Democráticas Aliadas (ADF), um dos vários grupos armados da região, está ativa desde a década de 1990. Realizou vários ataques contra as forças de segurança e a MONUSCO, incluindo um ataque em dezembro de 2017, no qual 15 soldados da manutenção da paz da Tanzânia perderam a vida e outros 44 ficaram feridos.