ONU Mulheres discute desconstrução de estereótipos com empresas brasileiras
26 maio 2021
- A Cúpula Global da Aliança Sem Estereótipos reuniu membros, empresas e figuras públicas em evento realizado pela ONU Mulheres. Dois painéis foram dedicados ao Brasil e traduzidos para o português.
- Durante o debate, os participantes tiveram a oportunidade de ouvir especialistas, incluindo representantes dos países que serão tema dos próximos encontros.
- Além de promover encontros, a Aliança Sem Estereótipos é responsável pelo estudo TODXS, que mapeia a forma como gênero e raça são representados na publicidade brasileira.
Nos dias 25 e 26 de maio, a Cúpula Global da Aliança Sem Estereótipos reuniu membros do mundo todo para compartilhar aprendizados, ferramentas e estratégias de como impactar a indústria publicitária. O evento Acelerando o Impacto foi promovido pela ONU Mulheres com o propósito de fazer avançar o enfrentamento às desigualdades sociais e colocar na agenda pública a desconstrução de estereótipos e a celebração da diversidade.
Dois painéis foram dedicados ao país e abertos ao público em português. Durante o debate, os participantes tiveram a oportunidade de ouvir especialistas, incluindo representantes dos países que serão tema dos próximos encontros, como África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Japão, México, Quênia e Turquia.
Países e empresas juntos - Atualmente, a Aliança Sem Estereótipos conta com 184 membros. Participam, também, as empresas Mastercard, Unilever, Grupo Pão de Açúcar e Assaí, Bradesco, Grupo Boticário, WPP, IPG MediaBrands e Natura&CO.
Além de promover encontros, o grupo internacional financia um estudo que mapeia a forma como gênero e raça são representados na publicidade brasileira por meio da análise de propagandas e anúncios. A iniciativa TODXS apontou que, apesar dos avanços, a sub-representação de mulheres negras e indígenas, mulheres com deficiência e mulheres com mais de 50 anos persiste.
A pesquisa TODXS orientou o primeiro dos dois painéis que foram apresentados ao público no evento dos dias 25 e 26. A discussão foi guiada pela especialista de Programas da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, com contribuições da filósofa e escritora Djamila Ribeiro.
Discussão - Cris Camargo, CEO do Interactive Advertising Bureau Brasil (IAB Brasil); Ana Paula Duarte, diretora de marca da Unilever; Egnalda Côrtes, fundadora e CEO da Côrtes & Cia discutiram sobre os papéis das suas empresas para fortalecer e erradicar estereótipos na representação das mulheres, em especial das mulheres negras, através de exemplos de como as mudanças internas das empresas e organizações contribuem para mudanças na propaganda. O diálogo abordou as iniciativas não apenas das empresas anunciantes, mas os desafios das agências de publicidade.
O segundo painel foi inaugurado pela atriz e defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU Mulheres, Taís Araújo. Em sua fala, a atriz fez um chamado à ação por parte das empresas para tornar as mudanças mais profundas e a indústria menos vulnerável a retrocessos. Bea Lopes, modelo negra e influenciadora digital, participou do debate, e falou sobre o papel das redes sociais na inclusão de grupos até então excluídos.