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Designer do emoji do Dia Mundial do Refugiado fugiu do Afeganistão antes de se tornar uma artista no Canadá

22 junho 2021

  • Em comemoração ao Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) lançou no Twitter um emoji desenhado pela artista afegã-canadense, Hangama Amiri.
  • A artista conta que sempre carregava uma caneta e um papel enquanto sua família precisava se mudar de um lugar para o outro até se estabelecer no Canadá. Desenhar suas experiências durante sua infância ajudou a criar um “senso de liberdade”.
  • O emoji criado por ela, que fica disponível no Twitter até 23 de junho, representa um coração azul sendo acolhido entre duas mãos.
Hangama Amiri, a designer do emoji do Twitter do Dia Mundial do Refugiado de 2021, em seu estúdio em New Haven, Connecticut, EUA
Legenda: Hangama Amiri, a designer do emoji do Twitter do Dia Mundial do Refugiado de 2021, em seu estúdio em New Haven, Connecticut, EUA
Foto: © Ashley Le/ACNUR

Hangama Amiri tinha sete anos quando o Talibã invadiu Cabul, capital do Afeganistão, em 1996. A guerra e o caos tomaram conta de seu bairro, deixando sua família sem escolha a não ser fugir. Forçados a abandonarem sua comunidade, eles embarcaram em uma jornada árdua em busca de segurança. Primeiro rumo ao Paquistão e, depois, rumo ao Tajiquistão. Por fim, foram reassentados para o Canadá em 2005.

Este ano, Hangama foi a artista responsável por desenhar o emoji que lançado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), no Twitter, em comemoração ao Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho. O emoji, que fica disponível no Twitter entre 13 e 23 de junho, acompanha um coração azul sendo acolhido entre duas mãos.

Hangama Amiri segura um poster com o emoji que criou
Legenda: Hangama Amiri, artista afegã-canadense e ex-refugiada, é a designer do emoji do Twitter do Dia Mundial do Refugiado de 2021
Foto: © Ashley Le/ACNUR

Hangama se lembra que, enquanto sua família se mudava de um lugar para o outro, ela sempre carregava uma caneta e um papel. Desenhar suas experiências durante sua infância ajudou a criar um “senso de liberdade”. Hoje, aos 31 anos, ela transformou seu hobbie em uma carreira de sucesso como artista.

"Quando estávamos morando no Tajiquistão, existia um programa do ACNUR que oferecia a refugiados jovens uma chance de criar arte e deixar fluir a imaginação. Ali também tinha uma competição, e eu lembro que para esse concurso eu desenhei uma reconstrução dos Budas Gêmeos, que foram destruídos em 2001 pelo Talibã. Aquela era uma grande imagem de paz para o Afeganistão. Aquele desenho recebeu o primeiro lugar e, com sorte, eu entrei em uma universidade de artes e design em Duxambé, no Tajiquistão. Desde então, eu continuo fazendo arte e eu sou uma pessoa muito privilegiada por ser uma artista hoje", conta a artista.

Hangama terminou seu mestrado em Belas Artes na Universidade de Yale em 2020, e hoje possui um estúdio próximo à antiga universidade. Suas coloridas peças têxteis, que lembram e reconfiguram sua cidade natal, Cabul, estão em exposição em galerias de todo o mundo.

Com o emoji do Dia do Refugiado, ela queria passar uma ideia de esperança, união e amor. "Eu acho que essas três palavras têm uma relação forte com o que significa imigração e ser um refugiado", explica.

Em um entrevista ao ACNUR, ela também explica sua relação com a arte. "Não é como se a arte me desse uma resposta, mas criar arte me traz uma percepção de algo. Eu não prefiro que tudo seja tão perfeito em meu mundo, porque ele nunca foi perfeito e nunca será, pois eu ainda vivo em uma terra estrangeira. Essa imperfeição do meu mundo faz muito sentido de ser expressada", conta Hangama, que sonha em um dia voltar ao Afeganistão e abrir uma instituição de arte.

Leia a entrevista completa no site do ACNUR.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

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