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Assassinatos de pessoas com albinismo aumentaram durante a pandemia, diz especialista da ONU

29 julho 2021

  • A especialista independente da ONU para os direitos das pessoas com albinismo relatou que houve um aumento nos assassinatos de pessoas com albinismo durante a pandemia de COVID-19.
  • Ikponwosa Ero explicou que, com o aumento da pobreza, mais pessoas estão recorrendo a feitiços em busca de riqueza rápida.
  • Em alguns países e regiões há a “crença equivocada” de que usar partes do corpo de pessoas com albinismo em poções pode trazer sorte e riqueza. Segundo Ero, a maioria das vítimas são crianças. 
Legenda: As pessoas afetadas pelo albinismo são frequentemente deficientes visuais e precisam de proteção especial contra o sol. Eles costumam desenvolver câncer de pele e sofrer estigmatização social, de acordo com a UNICEF
Foto: © Patricia Willocq/Corbis Images

Os assassinatos de pessoas com albinismo aumentou durante a pandemia de COVID-19, disse, na quinta-feira (28), a especialista independente nomeada pela ONU para os direitos das pessoas com albinismo, Ikponwosa Ero.

A especialista explicou que, com o aumento da pobreza, mais pessoas estão recorrendo a feitiços em busca de riqueza rápida. Em alguns países e regiões há a “crença equivocada” de que usar partes do corpo de pessoas com albinismo em poções pode trazer sorte e riqueza. Segundo Ero, a maioria das vítimas são crianças. 

O Conselho de Direitos Humanos aprovou uma resolução inovadora no início deste mês condenando as violações dos direitos humanos cometidas por meio de acusações de bruxaria e ataques rituais e pediu por uma consulta internacional e recomendações sobre o assunto.

Mais ação necessária - A especialista disse estar grata por ter havido muito progresso em vários continentes nos últimos seis anos, “mas ainda há muito a ser feito”. 

Ela citou um plano de ação regional sobre o albinismo na África e campanhas de conscientização na África e em outros lugares, incluindo em países como Brasil, Japão e Fiji.

A pesquisa sobre albinismo aumentou mais de dez vezes e uma explosão de dados e informações confiáveis ​​aumentou a compreensão de como o direito à saúde, educação e direitos das pessoas com deficiência e discriminação racial pertencem às pessoas com albinismo.  

Longo caminho pela frente - Também aumentou a compreensão dos direitos das mulheres e crianças afetadas pelo albinismo e a necessidade de proteção contra práticas prejudiciais.

“Embora tenhamos avançado muito na luta contra esses atos hediondos, o caminho à frente continua longo e árduo”, disse Ero.

Papel dos relatores - Relatores especiais são nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para monitorar países ou questões temáticas específicas.  

Eles servem em sua capacidade individual e não são funcionários da ONU, nem recebem um salário da Organização.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUDH
Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos
ONU
Organização das Nações Unidas

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa