Próximos meses são cruciais na preparação para uma futura pandemia, diz chefe da OMS

“Não estamos vulneráveis somente a uma pandemia prolongada da COVID-19, mas a futuras pandemias,” afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreysus, na quarta-feira (25), em discurso durante uma conferência de imprensa regular em Genebra. 

Na última semana, os casos de COVID-19 ultrapassaram 4,5 milhões globalmente com novas 68 mil mortes. Embora os números tenham se estabilizado recentemente, após aproximadamente dois meses de aumentos, o nível permanece alto, alertou o chefe da OMS. “Algumas regiões e países continuam a ver aumentos acentuados em casos e mortes, enquanto outros estão declinando,” relatou.

“Enquanto este vírus estiver circulando, ele será uma ameaça em todos os lugares.”

Futuras pandemias - A OMS está progredindo nos planos para fortalecer a defesa global contra futuras pandemias e epidemias, afirmou Tedros. O diretor também salientou que, com a Assembleia Geral da ONU em setembro, seguida da cúpula do G20 em outubro, e uma sessão especial do corpo administrativo previsto para novembro, os próximos três meses representam “um período crucial para definir o futuro da preparação e resposta à pandemia”. 

No último mês, um painel independente de alto nível estabelecido pelo G20 publicou um relatório sobre o tema, que está sendo debatido agora. A COVID-19 não é “um desastre pontual”, alertou o co-presidente do painel, Tharman Shanmugaratnam, ministro-sênior de Cingapura, que também abordou o briefing da OMS. 

“O que é notável é que esta segurança de saúde global está perigosamente subfinanciada,” afirmou. “Estamos, portanto, vulneráveis a uma pandemia prolongada da COVID-19, com ondas repetidas afetando a todos os países, e também estamos vulneráveis a futuras pandemias. Podemos consertar isso.” 

O relatório ressalta três prioridades, a começar com o fortalecimento da OMS. Também convoca para a modificação do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outros bancos multilaterais de desenvolvimento, para que tão logo possam ajudar países durante tempos normais e acelerar a resposta sempre que uma pandemia surgir. 

Bem global - O painel também propôs a criação de um Fundo Global para Ameaças à Saúde para mobilizar anualmente 10 bilhões de dólares, e o estabelecimento de um novo mecanismo de governança que une decisores financeiros e de saúde. 

“Os investimentos coletivos requeridos como parte deste acordo são acessíveis. Eles nos auxiliarão a evitar erros nas pandemias de novo e de novo,” afirmou Shanmugaratnam. 

“Temos que agir com urgência. Seria economicamente e politicamente míope, e moralmente indefensável, adiar as ações e investimentos coletivos que são tanto do interesse global quanto dos interesses nacionais em todo lugar.”