Discurso do secretário-geral da ONU à Assembleia Geral – 21 de setembro de 2021
Discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, na abertura dos debates da 76ª sessão da Assembleia Geral, em 21 de setembro de 2021.
Senhor Presidente da Assembleia Geral, Excelências,
Estou aqui para soar o alarme: o mundo precisa acordar.
Estamos à beira de um abismo – e nos movendo na direção errada.
Nosso mundo nunca foi tão ameaçado.
Ou tão dividido.
Enfrentamos a maior escalada de crises em nossas vidas.
A pandemia de Covid-19 ampliou as desigualdades gritantes.
A crise climática está atingindo o planeta.
Revoltas do Afeganistão à Etiópia, ao Iêmen e além prejudicaram a paz.
Uma onda de desconfiança e desinformação está polarizando as pessoas e paralisando as sociedades, e os direitos humanos estão sob ataque.
A ciência está sob ataque.
E o apoio econômico para os mais vulneráveis chega muito pouco e muito tarde – quando chegam.
A solidariedade não está sendo acompanhada pela ação – exatamente quando mais precisamos.
Talvez uma imagem conte a história de nossos tempos.
A imagem que vimos em algumas partes do mundo das vacinas contra a Covid-19... no lixo.
Expiradas e sem uso.
Por um lado, vemos as vacinas desenvolvidas em tempo recorde – uma vitória da ciência e da engenhosidade humana.
Por outro lado, vemos esse triunfo desfeito pela tragédia da falta de vontade política, do egoísmo e da desconfiança.
Um superávit em alguns países. Prateleiras vazias em outros.
A maioria do mundo mais rico foi vacinada. Mais de 90 por cento dos africanos ainda esperam pela primeira dose.
Esta é uma acusação moral ao estado de nosso mundo.
É uma obscenidade.
Passamos no teste de ciências.
Mas estamos tirando a pior nota em Ética.
Excelências,
Os alarmes climáticos também estão tocando em alta velocidade.
O recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima [IPCC] foi um código vermelho para a humanidade.
Vemos os sinais de alerta em todos os continentes e regiões.
Temperaturas escaldantes. Perda de biodiversidade chocante. Ar, água e espaços naturais poluídos.
E desastres relacionados ao clima em cada esquina.
Como vimos recentemente, nem mesmo esta cidade – a capital financeira do mundo – está imune.
Cientistas do clima nos dizem que não é tarde demais para manter viva a meta de 1,5 grau do Acordo de Paris sobre o Clima.
Mas a janela está fechando rapidamente.
Precisamos de um corte de 45% nas emissões até 2030. No entanto, um relatório recente da ONU deixou claro que, com os atuais compromissos climáticos nacionais, as emissões aumentarão 16% até 2030.
Isso nos condenaria a uma paisagem infernal de aumentos de temperatura de pelo menos 2,7 graus acima dos níveis pré-industriais – uma catástrofe.
Enquanto isso, a OCDE acaba de relatar uma lacuna de pelo menos US$ 20 bilhões em financiamento climático essencial e prometido aos países em desenvolvimento.
Estamos a semanas da Conferência do Clima da ONU em Glasgow, mas aparentemente a anos-luz de alcançar nossas metas.
Devemos levar a sério. E devemos agir rápido.
Excelências,
A Covid-19 e a crise climática expuseram profundas fragilidades como sociedades e como planeta.
No entanto, em vez de humildade em face desses desafios épicos, vemos arrogância.
Em vez do caminho da solidariedade, estamos em um beco sem saída para a destruição.
Ao mesmo tempo, outra doença está se espalhando em nosso mundo hoje: o mal da desconfiança.
Quando as pessoas veem promessas de progresso negadas pelas realidades de suas duras vidas diárias...
Quando elas veem seus direitos e liberdades fundamentais restringidos...
Quando eles veem uma mesquinha – e grande – corrupção ao seu redor...
Quando eles veem bilionários viajando para o espaço enquanto milhões passam fome na terra...
Quando os pais veem um futuro para seus filhos que parece ainda mais sombrio do que as batalhas de hoje...
E quando os jovens não veem nenhum futuro...
As pessoas que servimos e representamos podem perder a fé não apenas em seus governos e instituições – mas nos valores que animam o trabalho das Nações Unidas há mais de 75 anos.
Paz. Direitos humanos. Dignidade para todas e todos. Igualdade. Justiça. Solidariedade.
Como nunca antes, os valores essenciais estão na mira.
Uma quebra de confiança está levando a uma quebra de valores.
Afinal, as promessas não valem nada se as pessoas não veem os resultados em seu dia a dia.
A falha em cumprir cria espaço para alguns dos impulsos mais sombrios da humanidade.
Fornece oxigênio para soluções fáceis, pseudo-soluções e teorias da conspiração.
Está acendendo antigas queixas. Supremacia cultural. Domínio ideológico. Misoginia violenta. Tornando alvos os mais vulneráveis, incluindo refugiados e migrantes.
Excelências,
Enfrentamos um momento de verdade.
Agora é a hora de cumprir.
Agora é a hora de restaurar a confiança.
Agora é a hora de inspirar esperança.
E eu tenho esperança.
Os problemas que criamos são problemas que podemos resolver.
A humanidade mostrou que somos capazes de grandes coisas quando trabalhamos juntos.
Essa é a razão de ser de nossas Nações Unidas.
Mas vamos ser francos. O sistema multilateral de hoje é muito limitado em seus instrumentos e capacidades em relação ao que é necessário para uma governança eficaz da gestão de bens públicos globais.
É muito focado no curto prazo.
Precisamos fortalecer a governança global. Precisamos nos concentrar no futuro. Precisamos renovar o contrato social. Precisamos garantir uma ONU adequada para uma nova era.
É por isso que apresentei meu relatório sobre Nossa Agenda Comum da maneira que o fiz.
Ele oferece uma análise completa do estado de nosso mundo, com 90 recomendações específicas que enfrentam os desafios de hoje e fortalecem o multilateralismo de amanhã.
Nossa Agenda Comum baseia-se na Carta das Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e no Acordo de Paris sobre o Clima.
Está de acordo com o mandato que me foi dado pela Declaração 'ONU75' de buscar um caminho para um mundo melhor.
Mas para alcançar essa terra das nossas promessas, devemos construir uma ponte sobre as grandes divisões.
Excelências,
Vejo seis grandes divisões – seis Grand Canyons – que devemos transpor agora.
Primeiro, devemos reduzir a divisão da paz.
Para muitas pessoas em todo o mundo, a paz e a estabilidade continuam sendo um sonho distante.
No Afeganistão, onde devemos aumentar a assistência humanitária e defender os direitos humanos, especialmente de mulheres e meninas.
Na Etiópia, onde pedimos às partes que cessem imediatamente as hostilidades, garantam o acesso humanitário e criem as condições para o início de um diálogo político liderado pela Etiópia.
Em Mianmar, onde reafirmamos nosso apoio inabalável ao povo em sua busca pela democracia, paz, direitos humanos e Estado de Direito.
No Sahel, onde estamos empenhados em mobilizar a assistência internacional para a segurança, desenvolvimento e governança regionais.
Em lugares como Iêmen, Líbia e Síria, onde devemos superar impasses e impulsionar a paz.
Em Israel e na Palestina, onde exortamos os líderes a retomar um diálogo significativo, reconhecendo a solução de dois Estados como o único caminho para uma paz justa e abrangente.
No Haiti e em tantos outros lugares que ficaram para trás, onde permanecemos solidários em cada passo para sair da crise.
Excelências,
Estamos vendo uma explosão de tomadas de poder pela força.
Os golpes militares estão de volta.
A falta de unidade entre a comunidade internacional não ajuda.
As divisões geopolíticas estão minando a cooperação internacional e limitando a capacidade do Conselho de Segurança de tomar as decisões necessárias.
Uma sensação de impunidade está tomando conta.
Ao mesmo tempo, será impossível enfrentar os dramáticos desafios econômicos e de desenvolvimento enquanto as duas maiores economias do mundo estão em conflito uma com a outra.
No entanto, temo que nosso mundo esteja se arrastando para dois conjuntos diferentes de regras econômicas, comerciais, financeiras e tecnológicas, duas abordagens divergentes no desenvolvimento da inteligência artificial – e, em última análise, o risco de duas estratégias militares e geopolíticas diferentes.
Esta é uma receita para problemas. Seria muito menos previsível do que a Guerra Fria.
Para restaurar a confiança e inspirar esperança, precisamos de cooperação. Precisamos de diálogo. Precisamos de compreensão.
Precisamos investir na prevenção, manutenção e consolidação da paz. Precisamos de progresso no desarmamento nuclear e em nossos esforços compartilhados para combater o terrorismo.
Precisamos de ações ancoradas no respeito aos direitos humanos. E precisamos de uma nova e abrangente Agenda para a Paz.
Excelências,
Em segundo lugar, devemos eliminar a divisão climática. Isso requer uma ponte de confiança entre o norte e o sul.
Começa por fazer tudo o que estiver ao nosso alcance agora para criar as condições para o sucesso em Glasgow.
Precisamos de mais ambição de todos os países em três áreas principais – mitigação, finanças e adaptação.
Mais ambição na mitigação – significa que os países se comprometem com a neutralidade do carbono até a metade do século – e com metas concretas de redução de emissões para 2030 que nos levarão até lá, apoiadas por ações confiáveis agora.
Mais ambição em finanças – significa que as nações em desenvolvimento finalmente verão os prometidos US$ 100 bilhões por ano para ações climáticas, mobilizando totalmente os recursos de instituições financeiras internacionais, e igualmente do setor privado.
Mais ambição na adaptação – significa que os países desenvolvidos cumprem sua promessa de apoio confiável aos países em desenvolvimento para construir resiliência e salvar vidas e meios de subsistência.
Isso significa que 50% de todo o financiamento climático fornecido por países desenvolvidos e bancos multilaterais de desenvolvimento deve ser dedicado à adaptação.
O Banco Africano de Desenvolvimento estabeleceu o padrão em 2019, alocando metade de seu financiamento climático para adaptação.
Alguns países doadores seguiram seu exemplo. Todos devem fazer isso.
Minha mensagem para cada Estado-membro é esta: não espere que os outros deem o primeiro passo. Faça sua parte.
Em todo o mundo, vemos a sociedade civil – liderada por jovens – totalmente mobilizada para enfrentar a crise climática.
O setor privado está intensificando esse apoio cada vez mais.
Os governos também devem reunir toda a força de seus poderes de formulação de políticas fiscais para fazer a mudança para economias verdes.
Ao taxar o carbono e a poluição, em vez da renda das pessoas, para fazer a transição mais facilmente para empregos verdes sustentáveis.
Acabando com os subsídios aos combustíveis fósseis e liberando recursos para investir em saúde, educação, energia renovável, sistemas alimentares sustentáveis e proteção social para seu povo.
Comprometendo-se a não abrir uma única usina a carvão. Se todas as usinas de carvão planejadas entrarem em operação, não estaremos apenas claramente acima de 1,5 graus – estaremos bem acima de 2 graus.
As metas de Paris vão virar fumaça.
Esta é uma emergência planetária.
Precisamos de coalizões de solidariedade – entre países que ainda dependem fortemente do carvão e países que têm os recursos financeiros e técnicos para apoiar sua transição.
Temos a oportunidade e a obrigação de agir.
Excelências,
Terceiro, devemos preencher a lacuna entre ricos e pobres, dentro e entre os países.
Isso começa por acabar com a pandemia para todos, em todos os lugares.
Precisamos urgentemente de um plano global de vacinação para dobrar, no mínimo, a produção de vacinas e garantir que as vacinas atinjam 70% da população mundial no primeiro semestre de 2022.
Este plano poderia ser implementado por uma Força-Tarefa de emergência composta por produtores de vacinas atuais e potenciais, a Organização Mundial da Saúde, parceiros do Acelerador ACT e instituições financeiras internacionais, trabalhando com empresas farmacêuticas.
Não temos tempo a perder.
Uma recuperação desequilibrada está aprofundando as desigualdades.
Os países mais ricos podem atingir taxas de crescimento pré-pandêmica até o final deste ano, enquanto os impactos podem durar anos nos países de baixa renda.
Não é de admirar?
As economias avançadas estão investindo quase 28% de seu Produto Interno Bruto na recuperação econômica.
Para os países de renda média, esse número cai para 6,5%.
E cai para 1,8% para os países menos desenvolvidos – uma pequena porcentagem de um valor muito menor.
Na África Subsaariana, o Fundo Monetário Internacional projeta que o crescimento econômico per capita cumulativo nos próximos cinco anos será 75% menor do que no resto do mundo.
Muitos países precisam de uma injeção urgente de liquidez.
Congratulo-me com a emissão de US$ 650 bilhões em Direitos Especiais de Saque [DES] pelo Fundo Monetário Internacional.
Mas esses DES estão indo em grande parte para os países que menos precisam deles.
As economias avançadas devem realocar seus DES excedentes para os países necessitados.
DES não são uma bala de prata.
Mas eles fornecem espaço para recuperação e crescimento sustentáveis.
Renovo também meu apelo por uma arquitetura da dívida internacional reformada e mais equitativa.
A Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida deve ser estendida até 2022 e deve estar disponível para todos os países vulneráveis e de renda média altamente endividados que a solicitem.
Isso seria solidariedade em ação.
Os países não deveriam ter que escolher entre o serviço da dívida e o serviço ao povo.
Com solidariedade internacional efetiva, seria possível em nível nacional forjar um novo contrato social que inclua cobertura universal de saúde e proteção de renda, moradia e trabalho decente, educação de qualidade para todos e o fim da discriminação e da violência contra mulheres e meninas.
Apelo aos países para que reformem seus sistemas tributários e, finalmente, acabem com a evasão fiscal, a lavagem de dinheiro e os fluxos financeiros ilícitos.
E, ao olhar para o futuro, precisamos de um sistema melhor de prevenção e preparação para todos os principais riscos globais. Devemos apoiar as recomendações do Painel Independente para Preparação e Resposta à Pandemia.
Apresentei uma série de outras propostas em Nossa Agenda Comum – incluindo uma plataforma de emergência e um Laboratório de Futuros.
Excelências,
Quarto, devemos eliminar a divisão de gênero.
A Covid-19 expôs e ampliou a injustiça mais duradoura do mundo: o desequilíbrio de poder entre homens e mulheres.
Quando a pandemia nos atingiu, as mulheres eram a maioria dos trabalhadores da linha de frente, as primeiras a perderem seus empregos e as primeiras a adiarem suas carreiras para cuidar de pessoas próximas a elas.
As meninas foram atingidas de forma desproporcional pelo fechamento de escolas que limitam seu desenvolvimento e aumentam o risco de abuso, violência e casamento infantil.
Reduzir a divisão de gênero não é apenas uma questão de justiça para mulheres e meninas.
É uma virada de jogo para a humanidade.
Sociedades com representação mais igualitária são mais estáveis e pacíficas. Eles têm melhores sistemas de saúde e economias mais vibrantes.
A igualdade das mulheres é essencialmente uma questão de poder. Devemos transformar urgentemente nosso mundo dominado pelos homens e mudar o equilíbrio de poder, para resolver os problemas mais desafiadores de nossa época.
Isso significa mais mulheres líderes em parlamentos, gabinetes e salas de diretoria. Significa mulheres totalmente representadas e dando sua contribuição plena, em todos os lugares.
Exorto governos, empresas e outras instituições a tomarem medidas ousadas, incluindo benchmarks e cotas, para criar paridade de gênero desde a liderança até os cargos mais baixos.
Nas Nações Unidas, alcançamos isso entre a Alta Administração e os líderes de nossas equipes nacionais. Continuaremos avançando até termos paridade em todos os níveis.
Ao mesmo tempo, precisamos reagir contra as leis regressivas que institucionalizam a discriminação de gênero. Os direitos das mulheres são direitos humanos.
Os planos de recuperação econômica devem se concentrar nas mulheres, inclusive por meio de investimentos em grande escala na economia dos cuidados.
E precisamos de um plano de emergência para combater a violência de gênero em todos os países.
Para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e construir um mundo melhor, podemos e devemos eliminar a divisão de gênero.
Excelências,
Quinto, restaurar a confiança e inspirar esperança significa eliminar a exclusão digital.
Metade da humanidade não tem acesso à internet. Devemos conectar todas e todos até 2030.
Esta é a visão do meu Roteiro para a Cooperação Digital – abraçar a promessa da tecnologia digital enquanto protege as pessoas de seus perigos.
Um dos maiores perigos que enfrentamos é o crescente alcance das plataformas digitais e o uso e abuso de dados.
Uma vasta biblioteca de informações está sendo montada sobre cada um de nós. No entanto, nem mesmo temos as chaves dessa biblioteca.
Não sabemos como essas informações foram coletadas, por quem ou para que fins.
Mas sabemos que nossos dados estão sendo usados comercialmente – para aumentar os lucros corporativos.
Nossos padrões de comportamento estão sendo mercantilizados e vendidos como contratos futuros.
Nossos dados também estão sendo usados para influenciar nossas percepções e opiniões.
Os governos e outros podem explorá-lo para controlar ou manipular o comportamento das pessoas, violando os direitos humanos de indivíduos ou grupos e minando a democracia.
Isso não é ficção científica. Essa é a realidade de hoje.
E isso requer uma discussão séria.
O mesmo ocorre com outros perigos na fronteira digital.
Estou certo, por exemplo, de que qualquer futuro confronto importante – e que os céus nos livre que aconteça – começará com um ataque cibernético massivo.
Onde estão as estruturas legais para lidar com isso?
As armas autônomas podem hoje escolher alvos e matar pessoas sem interferência humana. Elas deveriam ser banidos.
Mas não há consenso sobre como regulamentar essas tecnologias.
Para restaurar a confiança e inspirar esperança, precisamos colocar os direitos humanos no centro de nossos esforços para garantir um futuro digital seguro, equitativo e aberto para todos.
Excelências,
Finalmente, em sexto lugar, precisamos eliminar a divisão entre as gerações.
Os jovens herdarão as consequências de nossas decisões – boas e más.
Ao mesmo tempo, esperamos que 10,9 bilhões de pessoas nasçam até o final do século.
Precisamos de seus talentos, ideias e energias.
Nossa Agenda Comum propõe uma Cúpula da Educação Transformadora no próximo ano para lidar com a crise de aprendizagem e expandir as oportunidades para os 1,8 bilhão de jovens de hoje.
Mas os jovens precisam de mais do que apoio.
Eles precisam de um assento à mesa.
Para isso, nomearei um Enviado Especial para as Gerações Futuras e criarei o Escritório da Juventude das Nações Unidas.
E as contribuições dos jovens serão centrais para a Cúpula do Futuro, conforme estabelecido na Nossa Agenda Comum.
Os jovens precisam de uma visão de esperança para o futuro.
Uma pesquisa recente mostrou que a maioria dos jovens em dez países sofre de altos níveis de ansiedade e angústia em relação ao estado de nosso planeta.
Cerca de 60% de seus futuros eleitores se sentem traídos por seus governos.
Devemos provar às crianças e aos jovens que, apesar da gravidade da situação, o mundo tem um plano – e os governos estão empenhados em implementá-lo.
Precisamos agir agora para fazer a ponte entre as Grandes Divisões e salvar a humanidade e o planeta.
Excelências,
Com um envolvimento real, podemos cumprir a promessa de um mundo melhor e mais pacífico.
Essa é a força motriz da Nossa Agenda Comum.
A melhor maneira de promover os interesses dos próprios cidadãos é defender os interesses de nosso futuro comum.
A interdependência é a lógica do século XXI.
E é a estrela-guia das Nações Unidas.
Essa é nossa vez.
Um momento de transformação.
Uma era para reacender o multilateralismo.
Uma era de possibilidades.
Vamos restaurar a confiança. Vamos inspirar esperança.
E vamos começar agora.
Obrigado.
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Original em inglês e francês: clique aqui. Traduzido pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio). Última revisão em 21/09/2021, 12h45.