Indústria da moda intensifica ambição climática durante COP26
09 novembro 2021
Durante a COP26, o setor fashion se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030. O compromisso inclui 130 empresas e 41 organizações de apoio.
A Carta da Indústria da Moda para Ação Climática representa a redução de 30% das emissões anteriormente prometidas pelo setor e estabelece um plano de descarbonização alinhado com as metas do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Os compromissos também evidenciam a indústria da moda como um grande player global, que precisa participar ativamente na contribuição para a realização desses objetivos
Entre outras metas estabelecidas na nova versão da Carta até 2030, estão: 100% do consumo de energia vindo de fontes renováveis, fornecimento de matérias-primas ecológicas e a eliminação gradual do carvão da cadeia de abastecimento.
A indústria da moda aumentou sua ambição coletiva com metas de redução de emissões baseadas na ciência renovando e atualizando metas da Carta da Indústria da Moda para Ação Climática. O documento apresenta um plano para desenvolver e implementar conjuntamente uma estratégia coletiva de descarbonização com as ferramentas práticas necessárias para cumprir as metas de redução das emissões de gases efeito de estufa.
Anunciados na segunda-feira (08) durante a Conferência da ONU para Mudanças Climáticas (COP26), os compromissos renovados da Carta formam um plano de descarbonização alinhado às metas do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. A ação também evidencia a indústria da moda como um grande player global, que precisa participar ativamente na contribuição para a realização desses objetivos.
Alerta vermelho do clima - O ponto central da ação é o apelo para que as empresas estabeleçam metas baseadas na ciência ou reduzam suas emissões pela metade até 2030, com a promessa de atingir emissões líquidas zero até 2050. Esta é uma atualização da meta anterior de 30% de redução de emissões agregadas de gases de efeito estufa até 2030.
As novas promessas chegam em um momento crucial para a ação climática após o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que representa um “alerta vermelho para a humanidade” com relação à emergência climática.
“Este é um marco importante para a Carta da Moda, pois aumenta o nível de ambição em um esforço para alinhar a indústria à meta de 1,5ºC. É um sinal de que precisamos trabalhar em estreita colaboração com nossos pares, nossa cadeia de suprimentos, legisladores e consumidores para chegarmos a zero”, disse Stefan Seidel, da PUMA, que co-preside o Comitê Diretor da Carta da Indústria da Moda.
Muito além da meta - Outros compromissos na Carta atualizada incluem 100% do consumo de energia do setor oriundo de fontes renováveis até 2030, o fornecimento de matérias-primas ecológicas e a eliminação gradual do carvão da cadeia de abastecimento até 2030, entre outros.
Coletivamente, os signatários representam uma proporção significativa da indústria da moda. Há atualmente 130 empresas e 41 organizações de apoio que assinaram a Carta da Moda, incluindo algumas das marcas conhecidas, como Burberry, H&M Group, VF Corporation, adidas, Kering, Chanel, Nike e PUMA, bem como fornecedores como Crystal Group, TAL Apparel e outros.
Esforço coletivo - Renovada, a Carta também exige a criação de mecanismos de incentivo para o engajamento do fornecedor no caminho da descarbonização, bem como delineia medidas para engajar outras partes interessadas que precisarão fazer sua parte, incluindo formuladores de políticas, instituições financeiras e comunicadores. “Em um momento em que a crise climática está se acelerando a níveis sem precedentes, precisamos que a economia real seja líder na ação climática. O fortalecimento dos compromissos dos signatários da Carta da Moda é um excelente exemplo dessa liderança", disse Niclas Svenningsen, gerente de Ação Climática Global da ONU Mudança Climática.
A nova Carta foi apresentada em uma sessão que explorava como impulsionar a indústria da moda para um caminho de emissões líquidas zero, as oportunidades e barreiras para a descarbonização e as soluções existentes que podem ser escaladas e aceleradas. Durante o evento, um chamado por políticas para incentivar o uso de materiais rastreáveis e ecológicos foi lançado.
Sobre a Carta - A missão da Carta da Indústria da Moda para Ação Climática é levar a indústria da moda a reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050, alinhada com a meta de manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC. Desde o seu lançamento original, em 2018, 130 empresas e 41 organizações de apoio se comprometeram com a ação climática. O documento fornece uma estrutura para o diálogo e engajamento das partes interessadas na ação climática.
Sobre a UNFCC - Com 197 Partes, a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) tem associação quase universal e é o tratado base para o Acordo de Paris. O principal objetivo do Acordo é manter o aumento da temperatura média global neste século bem abaixo de 2ºC e conduzir os esforços para limitar, idealmente, o aumento da temperatura até 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
A UNFCCC também é o tratado original do Protocolo de Kyoto de 1997. O objetivo final de todos os acordos no âmbito da Convenção é estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível que impeça a interferência humana perigosa no sistema climático, em um prazo que permita aos ecossistemas se adaptarem naturalmente e possibilite o desenvolvimento sustentável.