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Violência e crise climática expulsaram de casa 84 milhões de pessoas

16 novembro 2021

Novo relatório semestral do ACNUR apontou que o número de pessoas deslocadas à força em todo o mundo chegou a 84 milhões, sendo que em dezembro do ano passado este número era de aproximadamente 82,4 milhões. A estatística de refugiados também cresceu e chegou a 21 milhões. 

As soluções continuam escassas. Durante a primeira metade de 2021, menos de um milhão de pessoas deslocadas internamente e 126,7 mil refugiados conseguiram voltar para casa. 

A violência de conflitos e as mudanças climáticas estão entre os principais fatores responsáveis por expulsar pessoas de suas casas. Os cinco países de origem da maior parte dos novos refugiados são República Centro-Africana, Sudão do Sul, Síria, Afeganistão e Nigéria. 

O alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, disse que a comunidade internacional está falhando em proteger estas pessoas das violações de direitos humanos e em apoiar países em desenvolvimento que atuam como anfitriões daqueles que perderam seus lares. 

Legenda: A crise migratória não é um problema recente. Na foto, milhares de pessoas deixam suas casas em Kosovo em 1999, na antiga Iugoslávia, atual Macedônia
Foto: © R LeMoyne/ONU

Um novo relatório divulgado na última quinta-feira (11), pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), apontou que o número de pessoas em todo o mundo que foram deslocadas à força ultrapassou a marca dos 84 milhões. A violência, insegurança e as mudanças climáticas estão entre as principais razões para que este grupo tenha tido que deixar suas casas.  

O relatório de tendências semestrais do ACNUR mostrou que em dezembro do ano passado este número era de aproximadamente 82,4 milhões. O crescimento está sendo atribuído em grande parte ao deslocamento interno motivado por conflitos, especialmente na África.

O ACNUR também reforçou que as restrições fronteiriças impostas durante a pandemia de COVID-19 tornaram ainda mais limitado o acesso destas pessoas a asilos. “A comunidade internacional está falhando em evitar a violência, perseguições e violações dos direitos humanos, que continuam a expulsar as pessoas de suas casas”, disse o alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi.

Estatísticas - O conflito e a violência crescentes em todo o mundo durante a primeira metade deste ano forçaram quase 51 milhões de pessoas a fugir dentro de seus próprios países. A maioria dos novos deslocamentos ocorreu na África, de acordo com o relatório. Na República Democrática do Congo (RDC), por exemplo, 1,3 milhão de pessoas foram deslocadas e na Etiópia, 1,2 milhão.

Enquanto isso, a violência em Mianmar e no Afeganistão também impulsionou a estatística mundial de pessoas que saíram de casa. O número de refugiados cresce na mesma proporção, atingindo a marca de 21 milhões de pessoas na primeira metade deste ano. 

O ACNUR ainda observou que são cinco os países de origem da maioria dos novos refugiados: República Centro-Africana, local de nascimento de 71,8 mil destes refugiados; Sudão do Sul, 61,7 mil; Síria, 38,8 mil; Afeganistão, 25,2 mil e Nigéria, 20,3 mil.

“A comunidade internacional deve redobrar seus esforços para construir a paz e, ao mesmo tempo, garantir que os recursos estejam disponíveis para as comunidades deslocadas e seus anfitriões”, advertiu o alto-comissário.

Dificuldades - Uma mistura letal de conflitos, COVID-19, pobreza, insegurança alimentar e a emergência climática agravou a situação humanitária dos deslocados, a maioria dos quais está sendo hospedada em regiões ainda em desenvolvimento.

“Os efeitos das mudanças climáticas estão exacerbando as vulnerabilidades existentes em muitas áreas que hospedam os deslocados à força”, disse Grandi.

As soluções para estas populações continuam escassas. Durante a primeira metade de 2021, menos de um milhão de pessoas que foram deslocadas internamente e 126,7 mil refugiados conseguiram voltar para casa.

“São as comunidades e os países com menos recursos que continuam a arcar com o maior fardo na proteção e cuidado dos deslocados à força, e por isso essas nações devem ser melhor apoiadas pelo resto da comunidade internacional”, alertou o alto-comissário. 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa